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Beto Braga

Empresário da área de tecnologia e inovação


Da apropriação indébita das palavras

Por: Beto Braga
05/09/2019 às 13:21
Beto Braga

Coaching, consultor, factoring e coworking… o que essas palavras têm em comum? São termos que, a um tempo ou outro, foram popularizados e acabaram sendo usados fora de contexto ou tiveram sua finalidade desvirtuada.

Nos anos 1990, os consultores se tornaram figuras frequentes em empresas. Arrotando soluções e apontando seu dedo para o que estaria sendo feito de errado nas atividades das empresas que os contratavam para entregar seu conhecimento.

Não era incomum ouvir histórias de empresas que passaram por dificuldades ao implementar as soluções e estratégias que os consultores determinavam.

Logo depois vieram as factorings. O desconto de título comercial é uma atividade regulamentada e licita, porém, em algum momento, factoring virou sinônimo de agiotagem (atividade ilegal e invariavelmente violenta).

A partir de meados século 21, o termo "coaching” se tornou corriqueiro. O coaching, que surgiu dentro de empresas multinacionais, seria a atividade exercida por um profissional graduado, com longo tempo de casa, que ajudaria um recém-contratado a se inteirar da cultura da empresa e de como deveria se portar frente aos desafios de uma nova realidade.

A palavra-chave para ser um coach, no caso, era a experiência. Mas não é o que temos visto no Brasil. A proliferação se tornou tão grande que parece uma epidemia. 

Em tom de brincadeira diz-se que o Aedes aegypti estaria transmitindo algum tipo de vírus que leva alguns profissionais a se tornarem coaches.

Recentemente a bola da vez são os coworking. Por definição, espaços de coworking são locais onde se compartilham recursos. Mas, além disso, também são locais onde é fundamental a troca de conhecimento, networking e onde se respira inovação.

Com conhecimento de quem é pioneiro e protagonista no segmento há quase 8 anos, no qual ajudei a montar mais de uma dezena de espaços de coworking pelo Brasil, sinto um aperto no coração, quando usam o termo "coworking” para definir uma simples e trivial locação de salas comerciais.

Claro que em todos os casos citados acima, existem pessoas e empresas sérias, desenvolvendo suas atividades de forma nobre e ajudando seus clientes. Mas é preciso ter cuidado. Sempre verifique as qualificações e a experiência de quem está sendo contratado. 

Caso contrário, corre-se o risco de pagar, lá na frente, um preço alto... e muitas vezes o lá na frente é logo ali...






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