Dentre tantas mulheres que se destacaram na história brasileira, neste mês de março em se comemora o Dia Internacional da Mulher, quero homenagear a brasileira Anita de Jesus Ribeiro da Silva, pouco conhecida no Brasil, mas famosa na Itália e no mundo, como Anita Garibaldi
Anita já pugnava pelos ideais
republicanos no Brasil Império e participava da Guerra dos Farrapos, - a
Farroupilha, fato que nos causa espanto e admiração, ao imaginar que uma mulher
nascida no século dezenove, numa sociedade e época em que as mulheres eram
relegadas a tarefas domésticas e familiares, ter tamanha bravura. Foi
nessa ocasião que conheceu Giuseppe Garibaldi, exilado no Brasil, fugitivo da
Itália, condenado à morte por sua participação no movimento "Jovem Itália. Com
apenas dezessete anos e separada do primeiro marido, teve a "ousadia” de se
unir a Garibaldi.
Apaixonada que era pelo ideário
revolucionário republicano, que defendia a elaboração de leis para proteger
interesses comuns, cavalgava lado a lado com homens, para ver se concretizar
seus sonhos.
Anita foi protagonista em todos os
aspectos nas batalhas que enfrentou, não se submetendo a papéis secundários,
mas atuando fortemente, não se comportando simplesmente como companheira de
lutas, mas como uma pessoa conhecedora da sua importância e do seu papel
político, na conquista dos seus propósitos. Mulher de coragem que quebrou
padrões fortemente machistas e participou de grandes lutas armadas.
Combateu na Revolução Farroupilha, -que assim ficou conhecida pelos andrajos
usados pelos rebeldes revolucionários-, nas Batalhas dos Curitibanos, quando.
foi feita prisioneira pelas tropas imperiais, mas aguerrida como era, conseguiu
fugir e voltar a se unir aos rebelados. Em Gianicolo, na Itália e mesmo
grávida esteve à frente dos confrontos e há relatos de que até tiros de canhão
teria dado.
Ficou exilada com o marido, por uns
tempos no Uruguai, por terem sido perseguidos pela marinha Imperial brasileira
e lá teve três dos quatro filhos.
Morreu na Itália e é considerada como
a Heroína de dois Mundos.
Segundo a professora Cristina Wolff,
professora titular da UFSC, "o companheiro de Anita, deixou por escrito muitas
memórias sobre ela. Isso teria ajudado a ter alguma visibilidade”. Mesmo assim,
demorou a ser reconhecida no Brasil, pois não foi bem vista por ter abandonado
o primeiro casamento.