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Sonia Maria Lopes de Moraes Angel Jones
Foto por: Reprodução
Sonia Maria Lopes de Moraes Angel Jones

Sonia Maria Lopes de Moraes Angel Jones. Presente!

Por: Maria Aparecida Trazzi Vernucci da Silva – Tidda Vernucci
01/03/2024 às 12:23
Artigos

Nesse ano, completam-se 60 anos do golpe que implantou a Ditadura Militar no Brasil e que durou 21 anos


Levantamento feito por familiares das vítimas e pela Comissão Nacional da Verdade, mostra que mais de 70 mil pessoas foram presas e perseguidas, 437 foram mortas e desaparecidas. Número que pode chegar a milhares considerando o extermínio de indígenas a mando da ditadura. Esse terrorismo teve o apoio de altos escalões das forças armadas e foi financiado por muitos empresários que ainda hoje são parte da elite econômica do país. Venho hoje fazer memória de uma das centenas de mulheres torturadas e mortas pelo regime.  

Sônia Maria Lopes de Moraes Angel Jones foi militante do MR 8, esposa do filho da estilista Zuzu Angel, Stuart Edgard Angel Jones, que também foi barbaramente torturado: sua boca foi atada ao cano de descarga de um jipe e ele foi arrastado por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica pelo pátio interno da Base Aérea do Galeão. Ele tinha apenas 26 anos.

Sonia era filha do Professor João Luiz Moraes, tenente coronel da Reserva do Exército. Ele descreve o assassinato da filha pelos agentes do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna: DOI-CODI: "Minha filha foi morta nas dependências do exército brasileiro, no Rio de Janeiro. Foi torturada, culminando essas torturas com a introdução de um cassetete em seus órgãos genitais que provocou hemorragia interna. Após essas torturas, minha filha foi conduzida para o DOI-CODI do II Exército em São Paulo, local onde novas torturas lhes foram aplicadas, inclusive com o arrancamento de seus seios”. Ela foi sepultada como indigente e com um nome falso, no cemitério de Perus. Em 1981 a família sofreu nova tortura: ao transladar o que julgavam ser os restos mortais de Sonia para o Rio de Janeiro descobriram que eram do corpo de outra pessoa. Apenas em 1991, após seis exumações, foram localizadas suas ossadas. Seu corpo foi sepultado em 12 de agosto de 1991, no Rio de Janeiro.  Seu pai a homenageou com as seguintes palavras: "Soninha, este é o ato final de teu sepultamento. Recebes finalmente a sepultura imposta pela tradição cristã, uma sepultura simples e despojada como simples e desposada foi a tua curta vida. Aqui estaremos sempre, lembrando de ti, trazendo uma flor como reconhecimento, em homenagem a filha, a esposa, a companheira e a guerrilheira que. procurando transformar o Brasil de modo a diminuir a carência de seu povo, entregou seu corpo, sua alma e seu sangue generoso a sanha dos canalhas que comandaram esse pais a partir de 1964. Descanse em paz Sonia Maria. ”

Para desmontar a estrutura autoritária que o país herdou da ditadura é necessário identificação e punição de todos torturadores. Para que nunca mais aconteça. Sonia Maria PRESENTE!

Maria Aparecida Trazzi Vernucci da Silva – Tidda Vernucci. Assistente social servidora pública municipal aposentada. Ativista dos direitos humanos.

 

 Assistente social servidora pública municipal aposentada. Ativista dos direitos humanos.
Foto por: Maria Aparecida Trazzi Vernucci da Silva – Tidda Vernucci
Assistente social servidora pública municipal aposentada. Ativista dos direitos humanos.






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