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 Amelinha é o apelido de Maria Amélia de Almeida Teles
Autor: Divulgação
Amelinha é o apelido de Maria Amélia de Almeida Teles

Amelinha Teles ! Um ícone na luta contra a ditadura

Autor: Sonia Paz
28/03/2024 às 15:24
Artigos

Este mês de março marca os 60 anos do golpe militar. As mulheres sempre estiveram presentes nos movimentos de contestação e mobilizações ao longo da nossa história


No período da Ditadura não foi diferente. Elas resistiram e se organizaram de muitas formas. Desafiando o papel feminino tradicional, participaram do movimento estudantil e sociais, de partidos, sindicatos, que sempre representaram espaços privilegiados para a formação de lideranças e arregimentação de quadros partidários. Ainda que sempre em menor número que os homens, as mulheres pegaram em armas, na tentativa de derrubar o regime militar. Foram duramente reprimidas e sofreram muitos preconceitos. 

 

Foi neste triste cenário de repressão que surgiu, dentre tantas mulheres valentes, um ícone na luta por liberdade e democracia, que tive a honra de conhecer pessoalmente: Amelinha Teles.   Amelinha é o apelido de Maria Amélia de Almeida Teles, que nasceu em Contagem-MG, em 1944. 

 

Sua militância política começou em 1960, quando aderiu ao Partido Comunista Brasileiro por influência de seu pai. Aos 27 anos, em 1972, foi presa e levada à Operação Bandeirantes (OBan), onde foi submetida a sessões de torturas que foram realizadas pelo próprio major Carlos Alberto Brilhante Ustra, então comandante do DOI-CODI de São Paulo. Seu marido César Augusto Teles e seu companheiro de militância Carlos Nicolau Danielli também foram levados ao órgão de repressão, sendo o último morto na sua presença. Seus filhos, Edson e Janaína, com 4 e 5 anos de idade, também foram sequestrados e levados à Oban, onde viram os pais serem torturados.

 

A partir do fim da ditadura, Amelinha tem tido atuação marcante na defesa das brasileiras, reconhecendo-se feminista e participando de várias mobilizações em defesa da mulhar. Um exemplo foi o Lobby do Batom em 87/88, que culminou na inserção de um artigo na Constituição Brasileira que afirma que homens e mulheres são iguais. 

 

Também ficou conhecida por ter prestado depoimento à Comissão Nacional da Verdade em 2013 denunciando as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, e, nesta linha, integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e é assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo. É autora de inúmeros artigos e livros sobre o tema, além de ser agraciada com várias premiações.

 

Certamente, a atuação destas mulheres militantes, principalmente a de Amelinha Teles, deixou marcas permanentes na história deste período. Talvez, marcas tão profundas quanto as que elas trazem consigo, em seus corpos e mentes. Vestígios de quem um dia sonhou e continua sonhando com uma sociedade diferente. Vestígios de quem, como ela, continua ousando e lutando para concretizar este sonho.

Um salve a Democracia e a liberdade!

Um salve a Amelinha Teles! 

 

Sônia Paz 

Assistente Social.

Pôs graduada em Gestão de Politicas Públicas 

Ex presidenta do Conselho Municipal dos direitos da mulher.

Co fundadora do Coletivo feminista " Lugar de Mulher onde ela quiser”

Participante do Coletivo feminista: "Elas por elas” e da Frente feminista de SJ Rio Preto.







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