Nos últimos 15 anos Rio Preto se acostumou a aparecer no ranking das melhores cidades do país para se viver....
De maneira geral, o que tem segurado Rio Preto no topo desses rankings é a estação de tratamento de esgotos(inegavelmente um grande diferencial em um país que negligencia essa questão). Outro ponto que ajuda muito a nos manter nas primeiras colocações desses rankings é a saúde.
Nesse ponto é inegável, que antigamente, o hospital de base fazia toda a diferença. Agora o cidadão, usuário do SUS, foi privado pela prefeitura do acesso ao HB, uma ilha de excelência no atendimento de saúde no Brasil. De maneira geral, essas pesquisas enchem de orgulho ufanista todos os riopretenses.
Essa semana, porém, um ranking falando das Connected Smart Cities tupiniquins derrubou nossa querida cidade em 30 posições(em apenas 1 ano) Saímos de um sofrível 41° lugar, nas cidades com capacidade de gerar desenvolvimento, para um lamentável, 71° lugar. Quem me segue, nas redes sociais, sabe que venho alertando, faz alguns anos, que nossa cidade está ficando para trás em vários aspectos, principalmente se compararmos com cidades vizinhas como Votuporanga e Olímpia.
Não temos um programa industrial, um programa para desenvolvimento de startups e empresas de base tecnológica, não temos um parque tecnológico operacional, mesmo a estrutura física tendo ficado pronta há pelo menos 4 anos. Mas o pior é que parece que não existe interesse em criar empregos de qualidade para a população, parece que não querem gerar desenvolvimento para a cidade. Esse ranking, das connected Smart Cities, evidencia, mais que a falta de programas, a incapacidade de criá-los.
Quem acompanha, como eu, as necessárias CPI’ s, que o legislativo municipal a duras penas criou, viu um secretário de trânsito, transportes e segurança completamente desconectado da realidade do município. Esse senhor, que não conhecia, afirmou que não existem ônibus lotados, que foram coisas pontuais(as inúmeras pessoas que conheço, usuárias do serviço, afirmam o contrário) No dia seguinte, salvo engano, o mesmo secretário afirmou que não haveria tempo hábil para se criar uma nova licitação para o transporte coletivo municipal. Estranho, e preocupante, o secretário ser pego de surpresa com o fim do contrato de transporte coletivo, talvez a atividade mais importante da pasta que ocupa. Enfim, esse comportamento errático, parece mais ser regra que exceção nas últimas administrações municipais.
Os dados, mesmo dos rankings que mantêm Rio Preto entre as melhores cidades do país para se viver, se analisarmos sua evolução, entre uma pesquisa e outra, veremos que, de maneira geral, houve sim uma involução nos indicadores sociais. Dessa forma é esperado, que nos próximos anos, a queda apresentada ontem, se multiplique por outros rankings, ainda apegados a dados que estão se dissolvendo.
Faz-se urgente que surjam pessoas capazes de apontar o melhor caminho para colocar nossa cidade de volta na estrada que marcou sua história. Uma história de pioneirismo, de inovação de uso inteligente da nossa posição geográfica estratégica. A cidade precisa de alguém que a pense daqui a 20,50, 100 anos, e a prepare para um mundo mais conectado.
Não precisamos de um buscador de recursos, mas de um
criador de recursos. Afinal uma smart city(cidade inteligente) deve ser reflexo
de seus cidadãos, onde "smart” não seja apenas uma palavra, mas uma atitude.