Inovação com jeitinho brasileiro
Por: Beto Braga
22/08/2019 às 11:15
Beto Braga
A criatividade e a inventividade do brasileiro são conhecidas. Um dos memes mais conhecidos da internet fala da necessidade de a Nasa vir aqui estudar o nosso povo. Isso em função do número enorme de situações cotidianas que enfrentamos e das soluções criativas e mirabolantes que surgem dessas dificuldades.
Dias atrás participei, na Unorp, de uma palestra do Arthur Araújo, aluno da UFMG que ficou um período estudando Empreendedorismo e Tecnologia na universidade de Berkeley, no Vale do Silício.
Quando perguntado sobre as diferenças da nossa realidade e da que conheceu nos EUA, respondeu enfaticamente: as universidades americanas formam empreendedores; aqui, nossas instituições de ensino formam mão de obra para empresas.
Por fim, concluiu dizendo: "O brasileiro tem tanta capacidade como qualquer povo do planeta. Citando os casos de Eduardo Saverin, fundador do Facebook, Michel Krieger, fundador do Instagram e dos também brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubrugas, fundadores da Brex, a nova queridinha dos investidores americanos”, para fundamentar sua argumentação.
Sempre acreditei que a mudança que queremos deve começar no nosso quintal. Se queremos que o Brasil seja mais inovador, mais ágil em abraçar mudanças, que olhe com mais atenção para iniciativas disruptivas – aquelas que rompem com modelos, padrões e tecnologias dominantes –, temos que iniciar pelas nossas cidades, pelas nossas casas.
Um bom começo seria valorizar as pessoas que quebram paradigmas, que olham para o futuro, que mostram resultados concretos.
Em 1990, dois rio-pretenses foram responsáveis por uma das maiores iniciativas tecnológicas brasileiras: a primeira fábrica de software do Brasil, uma parceria do Banco do Brasil com a Embrapa, foi idealizada e implantada pelo rio-pretense Fuad Gattaz Sobrinho, na gestão do então ministro da Agricultura Antonio Cabrera Mano Filho.
Hoje existem milhares dessas iniciativas, espalhadas por todo o Brasil, inclusive na nossa cidade, que é uma das principais geradoras de empregos no Brasil.
O brasileiro precisa melhorar a questão sobre o reconhecimento de quem faz, assim como precisa melhorar a tolerância sobre quem fracassa.
Pode ser esse o primeiro passo para o futuro.