Proposta poderá ser votada pelo Plenário na próxima semana, após deliberação do Colégio de Líderes na segunda-feira, dia 14. Para aprovação o projeto precisa da maioria dos votos favoráveis, 48 parlamentares votantes
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
deputado Carlão Pignatari(PSDB), quer levar a votação na próxima semana um
projeto de lei que proíbe, em todas as escolas públicas ou privadas, o ensino
ou a abordagem disciplinar do holocausto sob a visão negacionista ou
revisionismo histórico. O holocausto, liderado pelo nazismo alemão de Adolf
Hitler, foi responsável pelo extermínio de 6 milhões de judeus durante a
Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1939 e 1945.
Carlão Pignatari afirmou que apresentará o Projeto de Lei
652/2021, de autoria do deputado Heni Ozi Cukier(Novo), na reunião de líderes
da Alesp da próxima segunda-feira, dia 14 de fevereiro. Se deliberado pelas
lideranças, a intenção é convocar uma reunião conjunta de comissões, para
análise da proposta, e levá-la a discussão e votação em Plenário virtual até
quinta-feira, dia 17. Para ser aprovado na Alesp, o projeto precisa da maioria
dos votos favoráveis de 48 parlamentares votantes.
"O holocausto foi o pior episódio da história mundial. Seis
milhões de judeus, entre crianças, mulheres e homens, perderam suas vidas, de
maneiras cruéis. Isso não pode ser negado ou ser alvo de negacionismo ou
deturpação. O genocídio aconteceu e é importante que a história verdadeira seja
sempre lembrada, para que casos assim não se repitam jamais. Qualquer pessoa,
independente da sua religião, etnia ou identificação, precisa ser
respeitada", disse o presidente da Alesp.
Pelo projeto, o ensino e a abordagem disciplinar sobre o
holocausto deverá ter por objetivo informar e refletir com os alunos os crimes
de lesa-humanidade pelo Estado Alemão Nazista contra os judeus e outros grupos
discriminados, as razões geopolíticas e sociais que levaram ao episódio, as
ações de resistência ao nazismo, além de munir os alunos para identificar
discursos de ódio, de modo a se prepararem para exercer responsavelmente sua
cidadania.
Além disso, fazer propaganda ou apologia ao nazismo no Brasil é
crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de prisão de até cinco
anos. Nesta semana, inclusive, o Ministério Público Federal abriu uma
investigação sobre suposto crime de apologia do nazismo praticado pelo deputado
federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e pelo podcaster e influencer Bruno Monteiro
Aiub, conhecido como Monark, por declarações veiculadas no podcast Flow.
O projeto tem uma proposta de emenda da deputada Janaina Paschoal(PSL),
que prevê que a medida também deve ser aplicada "aos crimes praticados
pelo comunismo ao longo da história, em diversas partes do mundo". Para a
parlamentar, é importante que os alunos também tenham real conhecimento sobre
os crimes cometidos pelo regime comunista ao redor do mundo, assim como no caso
do nazismo. Ela cita a antiga União Soviética, além da China, Coreia do Norte e
o Camboja.