A covid teria provocado aumento dos custos, novas instalações, materiais e mão de obras. Todos querem reajuste na tabela do SUS
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos, Mirócles Veras traçou um quadro preocupante com relação a
situação financeiras destas entidades de saúde. Em entrevista a rádio CBN,
Mirócles revelou que a dívida de seus associados com os bancos é de mais de R$
8 bilhões. A Confederação representa
1250 instituições em 27 estados brasileiros e diz que o endividamento acelerou
com a pandemia da covid. Ele garante que os custos de materiais e mão de obra
subiram muito, em contrapartida, o SUS não aumentou o preço de cada
procedimento.
Os hospitais filantrópicos com as Santas Casas por exemplo, em sua maioria é 100% SUS e atende 70% dos pacientes do sistema único em todo o país.
Mirócles Veras também salientou que todos os setores, federal, estadual e municipal deveriam contribuir para tirar os hospitais do fundo do poço.
A situação, segundo o presidente, pode piorar ainda mais se os
projetos em Brasília que visam fixar pisos aos profissionais de saúde forem
aprovados. "Não somos contra que os enfermeiros tenham piso, mas não temos como
amortecer este impacto financeiro” disse o dirigente, que prevê um aumento de
R$ 6,8 bilhões nas despesas. Outros 70 projetos deste tipo estão no Congresso.
Em Rio Preto houve protestos
Em Rio Preto, dois hospitais fizeram protesto. Na Santa Casa as
cirurgias eletivas foram marcadas para outros dias, pois nesta terça-feira(19) somente doenças cardíacas e câncer tiveram prioridade.
No hospital Bezerra de Menezes, 50 funcionários da administração
cruzaram os braços das 9 às 11 horas. O hospital tem 160 pacientes do SUS,
outros 18 na emergência em convênio com o município. Entre todos os setores, com
pacientes do SUS e particulares, o Bezerra atende mensalmente mais de 1.000
pessoas.
O diretor do hospital Gracio Saturno reclama que em uma diária por
paciente, o SUS repassa R$ 82,40. Destes, R$ 7,00 vão para o médico, o restante R$ 75,00 são
usados para cobrir os custos, bem longe da realidade que é de R$190,00 por
paciente. Com esta diferença, Gracia afirma que o déficit mensal é de R$ 500 mil.
O Bezerra também reclama dos aumentos dos custos nos últimos dois anos com a pandemia de
covid-19.
Muitos doentes contraíram o vírus e precisaram ser isolados em uma
nova ala que foi construída, investimentos na ampliação foram necessários. A direção do Bezerra apela às autoridades
para que haja reajuste imediato na tabela SUS.