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Vice presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de São José do Rio Preto e   Liderança no grupo Mulheres do Brasil Rio Preto do Comitê contra violência à mulher - 21 dias, 21 vozes femininas pelo fim da violência contra a mulher
Foto por: Arquivo pessoal
Vice presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de São José do Rio Preto e Liderança no grupo Mulheres do Brasil Rio Preto do Comitê contra violência à mulher - 21 dias, 21 vozes femininas pelo fim da violência contra a mulher

Afasta de mim esse " Cale-se”

Por: Lana Braga
28/11/2021 às 09:35
Artigos

Quantas vezes nós mulheres somos interrompidas em uma conversa? Quantas vezes recebemos duras críticas ou somos taxadas de loucas, porque queremos que nossa opinião seja ouvida?


No ambiente de trabalho, familiar ou nas relações afetivas, muitas atitudes machistas se desenvolvem no cotidiano sem que nós mulheres consigamos perceber. São situações que tentam desmerecer nossas opiniões ou nossas percepções sobre uma situação. Em quantas rodas de conversas nossas opiniões são deixadas de lado? Vivemos diariamente tendo que provar que somos boas o suficiente para as funções que exercemos, tendo que nos livrar de estereótipos criados pela sociedade e que nos distanciam do nosso propósito de sermos medidas pela nossa capacidade, e que nossas conquistas sejam respeitadas.

Esses comportamentos machistas acontecem no nosso dia a dia e muitas vezes sequer nos damos conta. Alguns gestos podem parecer inofensivos, disfarçados de um riso de canto de boca, ironia em forma de brincadeira, mas na verdade, vão paulatinamente roubando  nossa força, nosso espaço e limitando nossas possibilidades. Listo aqui alguns comportamentos  batizados em inglês, sem tradução oficial, mas que conseguimos compreender em português: atitudes machistas para calar a voz feminina.

Quando uma mulher tenta falar, expor suas ideias mas é interrompida várias vezes esse é o "manterrupting". Você mulher deve vivenciar ou ter vivenciado isso em muitos momentos, mas já se tornou algo tão normal que situações desse tipo lhe passam despercebidas..

Outra situação é quando você teve uma ideia e a expôs em uma reunião, e a sua ideia é levada para execução como se fosse de outra pessoa, no caso um homem. Para essas situações, existe o termo "bropriating”, que mistura as palavras "bro”, em referência a brother (irmão), e "appropriating” (apropriação). É quando um homem se apropria da ideia de uma mulher ou leva o crédito por algo feito ou digo por uma.

Sabe quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a uma mulher? Fala didaticamente como se ela não fosse capaz de compreender, afinal é mulher.  Esse é o "mansplaining " o termo é uma junção de "man” (homem) e "explaining” (explicar).

Parece piada não é mesmo? Mas essas expressões fazem parte do nosso dia a dia como  mulheres e quando não conseguimos as identificar, é comum que nos deixem sem ação. Nessa direção, se conseguirmos identificar e perceber esses tipos de comportamentos, teremos mais chance de combater esses vícios sociais a nós impostos. E o mais importante, ajudaremos a construir uma nova geração de mulheres que não terão receio de se expor, que saberão se impor, que perceberão os movimentos que tentam silencia-las  e assim poderão exercer seu poder de fala. A união feminina fortalece e a fala assertiva empodera, então, parafraseemos Chico Buarque e que se afaste de nós esse "cale-se”. 







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