O vídeo que mostra o motorista dançando, enquanto dirige a 138 km/h, foi anexado ao inquérito
Após a repercussão de um vídeo em rede nacional, o empresário de Rio Preto, que bateu um Porsche de R$ 400 mil no muro do Damha, pode ser enquadrado nos crimes de embriaguez ao volante e direção perigosa.
O inquérito que investiga o caso foi instaurado pelo delegado Renato Pupo, titular do 3º e 7º Distritos Policiais.
Nesta sexta-feira, 22, por telefone, Pupo disse que o vídeo já foi anexado à investigação.
A reportagem questionou o enquadramento dado pelo delegado da Central de Flagrantes, que registrou a ocorrência como não-criminal.
Pupo explicou que o entendimento pode ser alterado na fase de inquérito, com a aparição de novas provas (vídeo) e que até a suspeita de embriaguez ao volante (descartada pelo legista) pode ser reconsiderada com a oitiva de testemunhas.
"O artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro reconhece a versão das testemunhas como meio de prova para constatação de embriaguez. Além disso, há de ser analisado o lapso temporal do exame clínico, que foi realizado depois das 5h da manhã, quando o acidente ocorreu às 2h”, disse.
Pupo asseverou, no entanto, que não está adiantando o entendimento, apenas informando sobre as possibilidades.
"Pode restar caracterizado estes crimes, mas a investigação está apenas no início e possivelmente ainda pedirei prazo”, adiantou.
Guardas municipais que atenderam a ocorrência disseram que "notaram sinais de embriaguez” no condutor. Consta em trecho do b.o. que "indagado (o empresário), informou que estava em uma confraternização com amigos, onde ingeriu bebida alcoólica”.
A equipe patrulhava a avenida Sebastião Tavares da Silva quando ouviu o barulho provocado pelo impacto do veículo com o muro.
O motorista e o passageiro, por sorte, não se feriram.
Já na Central de Flagrantes, acionado para examinar o motorista detido (que se recusou a soprar o bafômetro), o legista do Instituto Médico Legal aferiu que o empresário estava somente alcoolizado e não embriagado.
Horas após o acidente, um vídeo gravado pelo passageiro do carro viralizou nas redes sociais.
Nas imagens, é possível ver o motorista dançando, enquanto dirige o carro de luxo a 138 km/h. A velocidade máxima permitida na via é de 60 km/h.
Sobre o crime de dano, Pupo disse que está descartado.
"Para ser responsabilizado criminalmente, o dano teria que ser doloso, ou seja, ele demonstrar intenção de derrubar o muro. Se for culposo, a responsabilização é apenas cível”, afirmou.