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Dos 28 homicídios registrados em Rio Preto, 17 são de jovens do sexo masculino, da faixa etária dos 18 aos 30 anos
Foto por: Pixabay
Dos 28 homicídios registrados em Rio Preto, 17 são de jovens do sexo masculino, da faixa etária dos 18 aos 30 anos

Delegado aponta ’revide’ como causa para homicídio de jovens na periferia de Rio Preto

Por: Karol Granchi
29/10/2020 às 15:31
Polícia

Das 28 vítimas de assassinatos ocorridos de janeiro e 12 de outubro deste ano no município, 17 tinham entre 18 e 30 anos de idade


A Polícia Civil de Rio Preto registrou, de janeiro até o dia 12 de outubro deste ano, 28 homicídio. O número é 40% superior às ocorrências deste tipo de crime no mesmo período do ano passado no município, com  30 vítimas, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Destes 28 homicídios registrados em Rio Preto, 17 são de jovens do sexo masculino, da faixa etária dos 18 aos 30 anos. Apesar do grande número de jovens mortos de forma violenta, especialmente em regiões periféricas de Rio Preto, o delegado seccional Silas José dos Santos descarta teses de uma suposta "guerra de gangues ou facções criminosas" dominantes. 

Mas o delegado acredita, sim, num processo de revide que tenha desencadeado uma série de casos, inflando assim o volume de assassinatos na cidade. 

"Não há uma facção criminosa que domina a cidade, não temos gangues identificadas. O policiamento tem sido bem feito e o trabalho da Polícia Civil nas investigações, apreensões e resoluções de crimes é muito efetivo. O que acontece é um revide. O jovem tem um amigo assassinado, ele vai lá e revida, comete outro homicídio em forma de retaliação", diz ele. 

Esse problema, segundo o delegado, era característico, no passado, na região onde ficam os bairros Solo Sagrado e Cidadania. "Solo e Cidadania eram considerados regiões periféricas da cidade, oque não é mais. Agora esses homicídios estão acontecendo nos bairros Solidariedade, Amizade e Lealdade e outros mais afastados”, diz ele. 

E a solução?

"Em minha opinião, o Estado deveria investir mais em educação e saúde para essas famílias e crianças. As crianças em vulnerabilidade social ficam desde os 5 anos sem uma estrutura familiar adequada e ela se espelha no traficante que a ‘abraça’ e vira uma bola de neve. Nossa legislação processual também é muito fraca. A polícia prende, a Justiça solta. Veja só o caso do André do Rap, é inaceitável, a sociedade fica com a sensação de impunidade”, ressalta.

Pandemia  

Em contraponto, ainda segundo o delegado, também há um número significante de pessoas acima dos 40 anos assassinadas.

"Nos últimos dias nós tivemos registros de homicídios com vítimas mais velhas, por motivos fúteis. Outro ponto relevante são as mortes e tentativas de homicídios com o uso de arma branca, principalmente a faca. As pessoas estão descontroladas, estressadas nesse momento de pandemia. Elas têm que entender que tudo isso vai passar, mas não estão raciocinando direito”, analisa.

O delegado explica ainda que a sociedade passa pela banalização da violência e critica a forma como os casos de homicídios são vistos em geral. "Houve uma banalização da violência e ninguém fica mais inconformado. As pessoas falam apenas em números – mais um ou menos um (assassinado). Mas estamos falando de vidas, de pessoas”. 

 







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