Ivany Aparecida Figliaggi Ramires. Riopretense, mulher, mãe, professora. Nasceu em 21 de junho de 1936, filha de Michele Filiaci (1892/1975) imigrante italiano e Joanna Martins Galante (1895/1977) filha de imigrantes espanhóis
Era a caçula de 12 irmãos: Francisco, Maria, Luzia, João,
José (Zeca), Matilde, Laura, Arlindo,
Aventino (Tininho), Alice (Dalila) e Iguiberto (Belé). Criada na Vila Maceno, onde seu pai era importante
comerciante de um armazém de
Secos e Molhados.
Estudou no Colégio Santo André e se formou professora em
1957, iniciando sua
jornada em escola rural, lecionando para filhos de colonos,
em Barretos. "Andei
muito em lombo de burros para letrar e ensinar" dizia
num misto de orgulho e
complacência. Formada, alfabetizou também sobrinhos, que a
chamavam carinhosamente de ’Tia Nany’.
Se casou, em 1963, com José Ramires dos Reis (1938/2022) com o qual teve 3 filhos: José Ricardo (1964),
Paulo César (1967) e Glaucia Regina (1974). Com alegria viu todos formados em economia, administração e
pedagogia, respectivamente.
Lecionou por quase toda a vida como docente de pré primário.
Era contadora de
histórias e profissional dedicada, dizia que a sala de aula
era o lugar que a fazia
mais feliz, na companhia da pureza das crianças. Deu aula na
Escola local "A Bela
Adormecida” e depois foi efetivada pelo Estado, indo e
voltando diariamente, por 17
anos para José Bonifácio (Severino Reino), por 11 anos para
Nova Aliança (Abdo
Ayruth) vindo para Rio Preto apenas um ano antes da sua
aposentadoria (Ruy Nazareth) em 1986.
Em uma época onde não se falava de sobrecarga feminina nem
sobre saúde mental
das mulheres, seu aspecto mais desafiador foi lidar com o
Transtorno Afetivo
Bipolar, o que rendeu inúmeras internações, medicações
permanentes e todo
estigma desta condição.
Vany, assim conhecida, foi uma geminiana nata. Inteligente,
comunicativa, alegre,
celebrativa e com uma amorosidade, educação e gentileza
acima da média.
Religiosa, participava de ações sociais, na pastoral da
infância da Igreja Católica e
sempre tinha uma palavra de acolhimento e incentivo. Sonhava
ser cantora e
escritora. Cozinhava cantando. Foi muito amada por todos.
Por isso sua partida
repentina, dia 15 de junho de 2008, dormindo, foi muito
impactante.
Avó de 2 netas, Gabriela (1992) e Rosa Mariah (2011), esta
última não chegou a
conhecer, minha filha, que é ensinada desde sempre, a
reverenciar com orgulho e
honra sua memória e intimamente a lhe chamar de vó. Saudades
eternas, mãe
querida.
Glau Ramires
Educadora, escritora, contadora de histórias, multiartista,
produtora cultural e
ativista feminista dos Coletivos Mulheres na Política e
Lugar de Mulher é Onde Ela
Quiser. Idealizadora do Projeto "Filhas de Fênix –
Resiliência & Arte”