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...faz jus ao que seu nome representa por ser uma mulher que nos inspira a seguir estudando..
Foto por: Roberta Ecleide Gomes de Oliveira Kelly
...faz jus ao que seu nome representa por ser uma mulher que nos inspira a seguir estudando..

Resisto para existir

Por: Alessandra Moreno Maestrelli
28/11/2023 às 16:27
Artigos

Seu nome representa uma combinação de força, determinação e beleza, nome de origem germânica que carrega os significados especiais "famosa por sua glória” e "brilhante fama”, embora esta seja uma definição que extraí do Google, Roberta Ecleide Gomes de Oliveira Kelly, faz jus ao que seu nome representa por ser uma mulher que nos inspira a seguir estudando..


Seu nome representa uma combinação de força, determinação e beleza, nome de origem germânica que carrega os significados especiais "famosa por sua glória” e "brilhante fama”, embora esta seja uma definição que extraí do Google, Roberta Ecleide Gomes de Oliveira Kelly, faz jus ao que seu nome representa por ser uma mulher que nos inspira a seguir estudando. Foi alfabetizada aos 4 anos e seguiu estudando, ingressou no ensino superior aos 15 anos, se submeteu ao laudo necessário para a admissão no curso de psicologia na PUC Minas, em Belo Horizonte e foi se enturmando com professores e colegas do curso, fazendo vários estágios e muitas horas extras de atividades extra curriculares.

O pai de Roberta, era um menino curioso que gostava de estudar. Sua professora o incentivava e ajudou a convencer o avô da Roberta a enviá-lo para o Rio de Janeiro onde prestou o exame de admissão e estudou dos 11 aos 16 anos de idade, como interno no Colégio Pedro II. Naquela época já se tratava de ‘cota’ em que pese o mérito do ingresso a vaga era para demanda social. Ele fez carreira completa na aeronáutica, até Brigadeiro; fez 3 faculdades e, o fato de ter sido exposta às artes, à cultura, aos livros e ver pessoas lendo e estudando desde sempre fez toda a diferença na vida da Roberta. O que ela considera privilégio, posso considerar efeito das condições de possibilidades que seu lhe pai legou.

Há dezessete anos Roberta fundou o NEPE, Núcleo de Estudos em Psicanálise e Educação, cuja missão principal é a transmissão da psicanálise. Sidney Kelly companheiro de Roberta é arquiteto de formação e se tornou psicanalista assim como seus dois filhos, envolvidos na causa, são a terceira geração de negros escolarizados e graduados.

Lugar de resistência aos rótulos aos diagnósticos e às normalizações impostas pelo neoliberalismo e pela necropolítica, o NEPE faz a diferença nas vidas de crianças e adolescentes, cujos pais são enviados para que especialistas produzam laudos e destinem cuidadores nas escolas, sendo que ninguém acompanha a criança laudada, além de não acolher os pais. O neologismo que Roberta cunhou para descrever a violência dos diagnósticos e a exclusão do sujeito no processo de desenvolvimento comum, é ‘especialismo’. Equivale dizer que atualmente, toda e qualquer pessoa sabe o que a criança tem só de olhar pra ela, ou seja, preconceito que estigmatiza estudantes ‘atrasados’ na escola e, muitas vezes causado pela pandemia de corona vírus. Como forma de resistência à patologização da vida, Roberta liderou uma série de palestras de docentes do NEPE teorizando os mal estares, luto e sofrimento no referido período resultando em Geração pandêmica? Reflexões sobre a infância e a adolescência em tempos de pandemia.

O título Cura à mineira. Indagações sobre a cura em Psicanálise, traz a cura produzida pelo tempo, na psicanálise que assim como o queijo, pode ser curado caso não ‘empache’. Roberta Ecleide participa de um programa que pode ser acessado pelo Spotify ou Youtube, intitulado Miudinho. O nome do programa foi dado pela Roberta para evidenciar que cada caso é um e cada sujeito, é singular ao seu modo.

De acordo com ela, é no miudinho que ampliamos o entendimento sobre cada situação. Precisamos nos horrorizar com o sofrimento humano e produzir espaços seguros de protagonismo para que o sujeito emerja. É preciso resistir para existir.





Alessandra Moreno Maestrelli. Psicanalista lacaniana. Docente no NEPE Poços de Caldas. Docente da Associação Brasileira de Tricologia. Membra dos coletivos Lugar de mulher é onde ela quiser e Mulheres na Política. 







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