Seu nome representa uma combinação de força, determinação e beleza, nome de origem germânica que carrega os significados especiais "famosa por sua glória” e "brilhante fama”, embora esta seja uma definição que extraí do Google, Roberta Ecleide Gomes de Oliveira Kelly, faz jus ao que seu nome representa por ser uma mulher que nos inspira a seguir estudando..
Seu
nome representa uma combinação de força, determinação e beleza, nome de origem
germânica que carrega os significados especiais "famosa por sua glória” e
"brilhante fama”, embora esta seja uma definição que extraí do Google, Roberta
Ecleide Gomes de Oliveira Kelly, faz jus ao que seu nome representa por ser uma
mulher que nos inspira a seguir estudando. Foi alfabetizada aos 4 anos e seguiu
estudando, ingressou no ensino superior aos 15 anos, se submeteu ao laudo
necessário para a admissão no curso de psicologia na PUC Minas, em Belo
Horizonte e foi se enturmando com professores e colegas do curso, fazendo
vários estágios e muitas horas extras de atividades extra curriculares.
O pai de Roberta, era um menino
curioso que gostava de estudar. Sua professora o incentivava e ajudou a
convencer o avô da Roberta a enviá-lo para o Rio de Janeiro onde prestou o
exame de admissão e estudou dos 11 aos 16 anos de idade, como interno no
Colégio Pedro II. Naquela época já se tratava de ‘cota’ em que pese o mérito do
ingresso a vaga era para demanda social. Ele fez carreira completa na
aeronáutica, até Brigadeiro; fez 3 faculdades e, o fato de ter sido exposta às
artes, à cultura, aos livros e ver pessoas lendo e estudando desde sempre fez
toda a diferença na vida da Roberta. O que ela considera privilégio, posso
considerar efeito das condições de possibilidades que seu lhe pai legou.
Há dezessete anos Roberta fundou o
NEPE, Núcleo de Estudos em Psicanálise e Educação, cuja missão principal é a
transmissão da psicanálise. Sidney Kelly companheiro de Roberta é arquiteto de
formação e se tornou psicanalista assim como seus dois filhos, envolvidos na
causa, são a terceira geração de negros escolarizados e graduados.
Lugar de resistência aos rótulos
aos diagnósticos e às normalizações impostas pelo neoliberalismo e pela
necropolítica, o NEPE faz a diferença nas vidas de crianças e adolescentes,
cujos pais são enviados para que especialistas produzam laudos e destinem
cuidadores nas escolas, sendo que ninguém acompanha a criança laudada, além de
não acolher os pais. O neologismo que Roberta cunhou para descrever a violência
dos diagnósticos e a exclusão do sujeito no processo de desenvolvimento comum,
é ‘especialismo’. Equivale dizer que atualmente, toda e qualquer pessoa sabe o
que a criança tem só de olhar pra ela, ou seja, preconceito que estigmatiza
estudantes ‘atrasados’ na escola e, muitas vezes causado pela pandemia de
corona vírus. Como forma de resistência à patologização da vida, Roberta liderou
uma série de palestras de docentes do NEPE teorizando os mal estares, luto e
sofrimento no referido período resultando em Geração pandêmica? Reflexões sobre
a infância e a adolescência em tempos de pandemia.
O título Cura à mineira.
Indagações sobre a cura em Psicanálise, traz a cura produzida pelo tempo, na
psicanálise que assim como o queijo, pode ser curado caso não ‘empache’. Roberta
Ecleide participa de um programa que pode ser acessado pelo Spotify ou Youtube,
intitulado Miudinho. O nome do programa foi dado pela Roberta para evidenciar
que cada caso é um e cada sujeito, é singular ao seu modo.
De acordo com ela, é no miudinho
que ampliamos o entendimento sobre cada situação. Precisamos nos horrorizar com
o sofrimento humano e produzir espaços seguros de protagonismo para que o
sujeito emerja. É preciso resistir para existir.
Alessandra Moreno Maestrelli. Psicanalista
lacaniana. Docente no NEPE Poços de Caldas. Docente da Associação Brasileira de
Tricologia. Membra dos coletivos Lugar de mulher é onde ela quiser e Mulheres
na Política.