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Cida Bento e os estudos da branquitude
Foto por: Divulgação
Cida Bento e os estudos da branquitude

Uma mulher além do seu tempo: Cida Bento e os estudos da branquitude

Por: Thainá da Silva Costa
06/11/2023 às 14:26
Artigos

As questões étnico-raciais nem sempre foram importantes para a Psicologia,entretanto algumas mulheres revolucionaram esta ciência no Brasil resgatando a temática para a construção de novos saberes


As questões étnico-raciais nem sempre foram importantes para a Psicologia,

entretanto algumas mulheres revolucionaram esta ciência no Brasil resgatando a

temática para a construção de novos saberes. Por estarmos no mês de celebração

e reconhecimento da contribuição de mulheres negras latino-americanas e

caribenhas, destacamos a figura ilustre de Maria Aparecida Bento da Silva.

Nascida na Zona Norte da cidade de São Paulo, de origem simples, seu pai

motorista e sua mãe servente, foi a primeira da família diante de gerações a

concluir o Ensino Superior. No início de sua trajetória atuou na Educação Básica e

este era só o início de uma grande história que construiria pela frente. Em 2002 se

tornou Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São

Paulo, o título foi possível pela defesa da tese "Pactos narcísicos no racismo:

branquitude e o poder nas organizações empresariais e no poder público”.

É co-fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e

Desigualdades (CEERT). A CEERT contribui com o Brasil realizando pesquisas e

propostas interventivas no mundo do trabalho direcionada a população preta

brasileira e ao antirracismo dentro de instituições e cooperativas.

Na década de 90, Cida Bento destacou-se ao lado de Jurandir Freire Costa,

Iray Carone e Edith Pizz, sobre os estudos das relações étnico-raciais. Junto de Iray

e Edith, inaugurou os estudos de branquitude e branqueamento na psicologia social

brasileira. Foi um marco importante, pois a negritude deixou de ser o foco do debate

para que o real problema fosse elevado.

O debate sobre a branquitude e o pacto narcísico dos brancos revolucionou

a produção de saberes. A partir da análise, Cida Bento demonstrou existir fatores

da sociedade que explicavam a permanência dos privilégios de brancos e a

existência do racismo. Tal teoria inspirou outras profissionais na psicologia como Lia

Vainer Schucman, que se debruçou sobre a tese de Cida.

Afirmamos o compromisso e o dever da Psicologia enquanto ciência com o

debate das relações étnica-raciais, a população negra e principalmente as mulheres

negras precisam ter o direito de viver bem e com saúde mental. Em busca deste

objetivo, nós psicólogas rememoramos Cida Bento e perseveramos nos seus

passos.

 

Thainá da Silva Costa, Mestre em Psicologia Social, gestora do CRP da Subsede de São José do Rio Preto. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra

LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto.

 Mestre em Psicologia Social, gestora do CRP da Subsede de São José do Rio Preto. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra  LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto.
Foto por: Thainá da Silva Costa
Mestre em Psicologia Social, gestora do CRP da Subsede de São José do Rio Preto. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto.






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