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Este é o nome de uma educadora venezuelana que nasceu em 10 de julho de 1926 em Rio Chico, Venezuela. Argelia marcou a história da Venezuela como uma mulher preta, pobre e que lutou pelos direitos das mulheres durante quase toda sua vida
Foto por: Argelia Laya
Este é o nome de uma educadora venezuelana que nasceu em 10 de julho de 1926 em Rio Chico, Venezuela. Argelia marcou a história da Venezuela como uma mulher preta, pobre e que lutou pelos direitos das mulheres durante quase toda sua vida

Argelia Laya

Por: Maria Stela Maioli Castilho Noll
03/11/2023 às 08:47
Artigos

Este é o nome de uma educadora venezuelana que nasceu em 10 de julho de 1926 em Rio Chico, Venezuela. Argelia marcou a história da Venezuela como uma mulher preta, pobre e que lutou pelos direitos das mulheres durante quase toda sua vida


Era filha de pais que militavam pelos direitos da população no final do século XIX e início do XX. Quando ainda era criança (5 anos), seu pai foi preso e a família foi obrigada a se mudar do campo para a cidade, vivenciando muitos sofrimentos com a pobreza.

Ainda muito jovem, Argelia já manifestou suas habilidades de representação política, sendo porta-voz do conselho de bairro de sua comunidade. Enquanto estudante, foi integrante do grupo União de Mulheres Jovens e do Centro Estudantil do Magistério de Caracas e do jornal estudantil.

Aos 19 anos, Argelia se formou professora, mas logo após sua formatura foi estuprada e engravidou. A recusa em se casar com seu estuprador a tornou uma mãe solteira, o que gerou muitas críticas contra ela, recebendo a acusação de ser "imoral” e correndo o risco de perder seu cargo.  Argelia lutou muito contra este preconceito e conseguiu, após expor a injustiça de sua demissão ao Ministro da Educação da época, ser transferida para uma pequena escola, onde ficou responsável pela alfabetização de adultos. Este fato fez com que Argelia se tornasse uma defensora ferrenha dos direitos das mulheres no tocante à maternidade.

Ainda na juventude, lutou pelo direito das mulheres ao voto, conquistado parcialmente em 1945 e completamente em 1947. Defendia que a formação política das mulheres seria um processo indispensável para a libertação dos povos, lutando também pela paridade nas eleições contemplando os direitos políticos das mulheres.

Em 1958, Argelia foi uma das lideranças na Greve Geral e na derrubada do ditador venezuelano Marcos Pérez Jiménez. Era muito ativa e militava visitando sindicatos e confecções em uma moto. Neste período já atuava no Partido Comunista da Venezuela (PCV) e organizou a Junta Patriótica Feminina.

Dentro do Partido Comunista da Venezuela, ela e outras mulheres lutaram contra o sexismo e pelo direito de participar em pé de igualdade com os homens. Destaca-se uma de suas frases "Uma sociedade socialista é inconcebível sem a plena participação das mulheres em pé de igualdade com os homens”.

Nos anos 60 e 70 ficou conhecida como "Comandante Jacinta” ao participar da guerrilha venezuelana, mas rompeu com os guerrilheiros e ajudou a fundar o Movimento pelo Socialismo (MAS). Este se tornou um partido pelo qual Argelia se tornaria parlamentar pelo estado de Miranda. 

Teve uma longa e incansável vida política tendo ocupado todos os espaços que conseguia para defender os direitos das mulheres, deixando este legado para suas sucessoras mais novas. Morreu em 27 de novembro de 1997 quando estava muito debilitada fisicamente.

Nestes dias, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, conhecer a história de Argelia Laya nos inspira a olhar para a vida de tantas mulheres, em sua maioria negras e pobres, e que têm representado um dos grupos que mais sofre com o preconceito e com o machismo.

Maria Stela Maioli Castilho Noll – Bióloga, Professora na Unesp e participante do coletivo Mulheres na Política. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto.

Bióloga, Professora na Unesp e participante do coletivo Mulheres na Política. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto
Foto por: Maria Stela Maioli Castilho Noll
Bióloga, Professora na Unesp e participante do coletivo Mulheres na Política. Mulheres na Política no 1º Ato da Mulher Negra LatinoAmericana e Caribenha de São José do Rio Preto






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