Setembro se encerrou com novo recorde de temperatura, a 40,9 ºC, e umidade relativa do ar em 19. Aquecimento é tendência global, segundo especialista
Rio Preto fechou o mês de
setembro com novo recorde de temperatura elevada em 40,9ºC e baixa umidade
relativa do ar em 19, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (CETESB). A previsão é de máxima entre 39ºC e 42ºC até o dia 10 de outubro
na região, sem previsão de chuvas.
Segundo o engenheiro civil,
sanitarista e professor de gestão ambiental José Mario Ferreira de Andrade,
essa é mais alta temperatura registrada na cidade.
"Em setembro tivemos uma
temperatura média de 28,2ºC, sendo 1,2 grau acima da média de 2019. De uma
forma geral a temperatura anual é de 25,5ºC, mas quando a gente confronta com
os dados de 10 anos atrás, houve aquecimento de 0,8 grau. Esse aquecimento é
explicado pelos climatologistas como uma tendência global. Isto é, estamos
passando por um momento de aquecimento”, afirmou.
Ainda de acordo com o
especialista, o calor excessivo se dá pelo aumento do efeito estufa, provocado
pelas emissões gasosas da queima de combustíveis fosseis como o petróleo e o
carvão, que se acumulam na atmosfera.
"Quando a gente observa a população
mundial em torno de 7,2 bilhões de habitantes, são praticamente 220 mil pessoas
a mais por dia. O mundo consome aproximadamente 100 milhões de barris de
petróleo. Segundo os dados mais recentes, as concentrações de CO2 na atmosfera
já estão superiores a 420 partes por milhão, indicando uma tendência de
aquecimento”, explicou.
Incêndios
Ainda de acordo com o professor, as
altas temperaturas também são influenciadas pelos incêndios que atingem o
pantanal mato-grossense, o cerrado, a floresta amazônica, áreas na Argentina,
Paraguai, Bolívia e Califórnia. Esses incêndios estariam se espalhando,
possivelmente, por condições meteorológicas como altas temperaturas, baixa umidade
relativa do ar e ventos fortes.
"Nos casos de incêndios
florestais, são mais emissões gasosas de carbono, que aumenta sua concentração
na atmosfera e também ocorre o fenômeno do aquecimento. Os físicos interpretam
com a entropia, que é a desordem da modificação da estrutura da atmosfera. Com
isso teremos mais consumo de energia, mais emissões gasosas e mais temperaturas
elevadas nos próximos anos”, alerta.
Desafios
O professor acredita que os
municípios, donos de propriedades e empreendedores precisam fazer adaptações
para que o problema seja amenizado.
"As trilhas deveriam ser e cor clara, os prédios pintados de cores claras. Ao invés de asfalto nas rodovias, seria ideal que tivéssemos uma pavimentação de cimento – o concreto armado, que reduziria as temperaturas a nível superficial. O grande desafio é diminuir o consumo de combustíveis fósseis semelhante ao petróleo e derivados de carvão. O Brasil é líder mundial em uso de energia renovável – o grande exemplo seria o etanol. Teremos que economizar recursos naturais, conservar a água e diminuir consumo de energia, aumentar a cobertura florestal e tomarmos medidas de adaptação para mitigar os efeitos do aquecimento, que é irreversível”, analisa.