Autorização do Ministério da Saúde foi rejeitada devido ao alto risco de aglomerações dentro e fora de arenas nos jogos da Série A do Campeonato Brasileiro
O Centro de Contingência do
coronavírus em São Paulo vetou nesta quarta-feira (23) o retorno parcial de
público aos estádios de futebol do estado nas partidas de futebol de qualquer
competição disputada por clubes ou seleções. A possibilidade foi barrada devido
ao alto risco de aglomerações e disseminação do coronavírus dentro e fora de
arenas nos dias de jogos.
"O Comitê concluiu que o cenário
atual da pandemia no estado de São Paulo não permite a retomada de público em
eventos associados a grandes aglomerações, como nas partidas de futebol de
qualquer categoria. Essa é uma decisão técnica. São Paulo permanece em
quarentena, recomendando insistentemente o rigor no isolamento, distanciamento
social e uso de máscaras”, afirmou José Medina, Coordenador do Centro de
Contingência.
Na terça (22), o Ministério da
Saúde atendeu a pedido da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e autorizou
o retorno do público aos jogos do Campeonato Brasileiro, com limite máximo de
30% da capacidade dos estádios. Apesar do parecer favorável, o Governo Federal
condicionou a medida a regulações sanitárias e protocolos de segurança
determinados por Estados e Prefeituras.
Com todos os 645 municípios
paulistas na fase amarela do Plano São Paulo de retomada econômica e
enfrentamento à COVID-19, o eventual retorno do público aos estádios de futebol
iria contra as próprias regras sanitárias determinadas pelo Governo do Estado.
A decisão contrária ao pedido da CBF foi tomada de forma unânime pelos
especialistas integrantes do Centro de Contingência.
Eventos com potencial de gerar
grandes aglomerações só devem ser autorizados na etapa azul, a última na escala
de cinco faseamentos de controle da pandemia. Medina lembrou que países
europeus que começaram a enfrentar a pandemia antes do Brasil ainda não
liberaram a presença de público em eventos esportivos.
Pela proposta da CBF, os
principais times da capital paulista mobilizariam entre 15 mil a 20 mil
torcedores por partida, inviabilizando o controle de aglomerações e o
distanciamento social em ruas, estabelecimentos comerciais e espaços de
alimentação em barracas de vendedores ambulantes no entorno dos estádios.