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Coronel Fábio Rogério Cândido assume CPI-5 no dia 28
Foto por: Arquivo pessoal
Coronel Fábio Rogério Cândido assume CPI-5 no dia 28

"Se eu precisar, ele vai me escutar”, diz novo comandante da PM sobre Bolsonaro

Por: Karol Granchi
19/02/2020 às 18:41
Cidades

Coronel Fábio Rogério Cândido assumirá o Comando de Policiamento do Interior (CPI-5) no dia 28, em Rio Preto.


Oficial formado na Academia de Polícia de Barro Branco, com doutorado em Ciências Policiais e Segurança e Ordem Pública, o coronel Fábio Rogério Cândido, de 47 anos (sendo 32 de carreira), falou à reportagem do DLNews nesta quarta-feira (19) sobre gestão, reforço e projetos para o policiamento em Rio Preto, desafios no combate à criminalidade e o fácil acesso ao presidente da República Jair Bolsonaro. Veja os principais trechos da entrevista:


Uma das grandes qualidades do senhor é a diplomacia e facilidade de transitar e dialogar com policiais de diversas patentes. Isso ajuda na hora de comandar uma tropa tão grande?

Coronel Fábio Rogério Cândido: Sim. Trabalhei por bastante tempo na Força Tática e conheço a realidade do dia-a-dia dos policiais que atuam nas ruas. Acredito que essa experiência contribui para dialogar, ouvir e entender as necessidades dos policiais. Embora seja uma carreira formada pelo Estado, também acredito que essa proximidade promove um clima mais humano e próximo, saindo um pouco do padrão institucional.


O senhor está disposto a aumentar a tropa da Polícia Militar em Rio Preto?

Cândido: Nós gostaríamos, sim, de ter um efetivo maior, mas não adianta ter muitos policiais sem treinamento e utilidade. Hoje a tônica é trazer mais recursos humanos para os nossos policiais. Por exemplo, usar os recursos tecnológicos a favor do policiamento é uma medida que gera economia e auxilia muito os policiais na prisão de criminosos e esclarecimentos de crimes. A ideia é maximizar o policial, com planejamento operacional melhor utilizado, investimento em treinamentos como defesa pessoal, equipamentos e oferecer recursos para que o cidadão também seja os nossos olhos. Um exemplo disso é fomentar a parceria da PM com os comerciantes, fazendo com que as imagens captadas pelo circuito de segurança dos comércios sejam compartilhadas on-line, diretamente com a Polícia Militar. Isso dá uma sensação de segurança maior ao cidadão e inibe a ação dos criminosos. São conhecimentos que absorvi participando de cursos em diversos países, que busco compartilhar aqui. São medidas que não custam muito ao poder público.


Qual é o maior desafio no combate à criminalidade em Rio Preto?

Cândido: Depois que o crime aconteceu, mesmo que a polícia prenda o criminoso, você não devolve o sentimento de segurança para a vítima. A Polícia Militar é a que mais aparece, ela é fardada, representa o Estado e é a mais cobrada pela sociedade. Por isso precisamos da colaboração de outros órgãos da segurança pública também, como a Polícia Civil e Federal.

Realmente a parte opressiva não pode deixar de existir, mas também sou a favor da prevenção primária, que é a realização de trabalhos de programas para impedir que pessoas entrem no mundo do crime. 

Aqui (em Rio Preto) implantamos a mediação de conflitos, que promove um diálogo, evitando crimes futuros, até mesmo homicídios. Temos o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que aproxima o policial dos estudantes e adolescentes. Outra coisa que queremos desenvolver a partir de agora na cidade é o projeto "Segunda Força”, onde a Polícia Militar leva conhecimentos de defesa pessoal para mulheres, com o objetivo de evitar violência doméstica e familiar, além de base psicológica e garantir a esta mulher que ela tenha conhecimento sobre todas as medidas que devem ser tomadas em caso de violência.

Também acreditamos que os projetos esportivos e musicais, por meio da banda da PM, levam mais cidadania para a periferia. Aproximar a polícia da comunidade é o futuro, eu vi isso sendo realizado em outros países.


Por falar em sentimento de segurança e aproximação da PM com a comunidade, recentemente tivemos um episódio em Rio Preto no qual um policial militar foi filmado agredindo uma grávida durante uma abordagem. Como o senhor avalia esta conduta?

Cândido: É um caso que está sendo apurado com olhos muito clínicos e sou muito rígido com comportamentos não aceitáveis na corporação. Ressaltamos que este foi um problema pontual e que não pode ser usado para generalizar o comportamento de toda a Polícia Militar.

É importante entendermos que o vídeo compartilhado nas redes sociais mostra apenas uma parte da ação e não o seu início. A região onde o fato aconteceu é considerada de alto índice de tráfico de drogas e a grávida tem passagem pelo crime. No momento em que ela decidiu interferir na abordagem do policial, ela se colocou em situação de risco.

Se a investigação chegar à conclusão de que o policial extrapolou, ele será severamente punido criminalmente e profissionalmente.


O Relatório Anual de Prestação de Contas da Polícia do Estado de São Paulo 2020 mostra que o 9º Baep de Rio Preto está em 8º lugar no ranking de mortes por intervenção policial. No ano passado tivemos 14 mortes suspeitas de execução, que estão sendo investigadas. A que o senhor atribui esta letalidade?

Cândido: No contexto completo ainda não temos todas as respostas técnicas porque os casos estão sendo investigados. Em apenas uma ação foram registradas seis mortes - a estatística é ruim, sim, e temos casos onde policiais militares que extrapolaram em suas ações foram punidos e condenados.

A ação de confronto parte do delinquente. O policial militar tem o dever de defender a sociedade e ele mesmo, então, se ele é solicitado em uma ocorrência e é recebido a tiros por delinquentes, ele vai usar de recursos para se defender. É importante lembrar que o Baep é solicitado em ocorrências de gravidade alta, usar de forças letais é o último recurso do policial, em uma dessas ocorrências os criminosos estavam armados com fuzil. Então podemos ter uma base, os policiais agiram em legítima defesa.


O senhor tem relação de amizade com o presidente Jair Bolsonaro? Qual é a sua relação de proximidade com ele?

Cândido: Não vou te dizer que somos amigos, mas tenho sim acesso a ele. Lógico que temos pessoas que nos auxiliam nessa comunicação, mas posso te afirmar que, se eu precisar que ele me ouça, ele vai me escutar.

Acredito que, quando assumimos um posto como este e buscamos melhorias na segurança pública da região, temos que transitar na área política, isso é importante.


Como o senhor avalia o governo Bolsonaro?

Cândido: Na questão da segurança pública, que é o que me interessa, acredito que ele está no caminho certo. O presidente Bolsonaro trouxe a moralidade, a legalidade, a honestidade e a ética policial para a sua gestão, por isso acho que ele está no caminho certo.







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