Filme está disponível na Netflix
Como não pude
conferir nenhum lançamento durante estas duas semanas, nada melhor do que uma
bela indicação para açucarar seu final de semana. E esta, particularmente é
simplesmente incrível, mas desde já aviso e insisto: não pause o filme, isso
irá atrapalhar sua experiência.
Teddy Daniels
(Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter
Island Ashecliffe Hospital, em Boston – uma prisão para loucos, resumidamente.
No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os
pacientes, envolvendo métodos ilegais e antiéticos. Teddy tenta buscar mais
informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos
que possam permitir que o caso seja aberto. Quando uma forte tempestade deixa a
ilha sem energia, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação
ainda mais perigosa.
Por estarmos falando
de uma indicação, claramente que não farei críticas – até porque não indicaria
um filme que não gosto, né. Mas um peso absurdo para você não deixar de
conferir esta produção é o nome Martin Scorsese. Este sernhorzinho (na época
nem tanto) é um nome de muito peso em Hollywood e que dispõe de um currículo
grande e digamos que até invejoso para inúmeros cineastas: Táxi Driver (1976),
Os Bons Companheiros (1990), Os Infiltrados (2006), O Lobo de Wall Street
(2013), O Irlandês (2019), entre outros.
Em ‘Ilha do medo’
Scorsese consegue nos imergir em uma confusão psicológica incrível. Nos
primeiros minutos, o diretor utiliza a falta de continuidade para já evidenciar
a loucura em que Teddy e Chuck estariam entrando; claro, não somente eles, mas nós
também – sinceramente, na primeira vez que conferi pensei que fosse um erro de
edição, que bobo. Bem como a direção de arte localiza o espectador em um
ambiente escuro, com uma construção visivelmente velha, acompanhada de chuvas e
trovões intensos, fora os bizarros integrantes. Todos estes elementos ajudam no
objetivo da entrega psicótica e excêntrica da obra.
Além disso, as
trilhas sonoras de Robbie Robertson, ainda que exageradas em determinados
momentos, sempre possuem o objetivo de potencializar o sentimento de
estranheza, no qual é eficaz. Como por exemplo no momento em que o personagem
de DiCaprio e Ruffalo estão chegando ao portão da ilha e a orquestra de Robertson
vem em uma crescente de se espantar.
Ainda mais, os
cortes rápidos solidificam a sensação de ritmo acelerado, fazendo com que nós
comecemos a ficar confusos e também loucos com as suposições de Teddy. E esta
questão é interessantíssima quando se percebe que as dúvidas surgidas para o
detetive também começam a se aflorarem para o espectador, já que tudo está
acontecendo a partir da visão dele. Como por exemplo a desconfiança dos
guardas, as informações dos médicos (Ben Kingsley), entre outras coisas.
Porém, o que mais
fascina em ‘Ilha do medo’ é o final surpreendentemente brilhante. Apesar dos
vestígios surgirem desde os primeiros minutos, não é possível ter uma resposta
concreta do por que das alucinações, sonhos, flashes e etc, e isso é
sensacional, já que nos instiga a buscar as respostas, ou seja, ver o filme
todo.
Talvez escrevesse
páginas do Word falando sobre, mas não me prolongarei mais. Só digo que vale o
seu tempo. Prepara uma pipoca, deixa a sala escura e bom filme!
OBS: repito, não
pause.