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O convite para escrever esta coluna semanal em tempos de campanha política chegou de forma inesperada. Escrever é expor-se, revelar pensamentos e sentimentos, permitindo que qualquer um conheça seu posicionamento que, no meu caso, está mais para liberal na economia e nos costumes. 

É, de alguma forma, confrontar-se com o imprevisível. Soma-se o pouco tempo livre e a necessidade de acompanhar mais profundamente a campanha política municipal. Lavajatista que sou, confesso que o desânimo com os rumos da política nacional não me animava a seguir nossos candidatos municipais. 

O honrado convite da colega Maria Elena Covre, a quem respeito e admiro, soava portanto como um desafio. Como sair da zona de conforto é um exercício fantástico, cá estou tomando o precioso tempo do internauta. 

Transformar ideias em texto requer um mínimo de reflexão. Nesse processo, quando na tela do computador as letrinhas insistem em não sair, surge um enorme questionamento interno. Qual é nosso papel, como eleitor e cidadão, no processo de uma eleição municipal?

Repetir conhecidos mantras de que precisamos lutar por mais educação, segurança e saúde, assim, de forma genérica, me pareceu insuficiente, apesar de absolutamente necessário e indispensável seja em níveis de país, estado ou município.

Talvez um bom parâmetro seja a gente refletir sobre o que está mais perto dos olhos e do coração. Um olhar atento sobre a nossa rua, o quarteirão, o nosso bairro. O que está bom e deve continuar? O que está ruim e precisa mudar?

O olhar curioso e atento nos leva a propostas e cobranças concretas. O bairro precisa de mais segurança? Ok, mas o que, quando e como? As crianças e adolescentes precisam de mais educação? Ok, mas como exatamente? Atividades em turno e contra turno escolar? Mais escolas, mais creches?

Ser menos genérico e mais assertivo é algo que nasce da reflexão e debate levando a termos metas e acompanhamento de resultados. Aí sim poderemos saber de nossos vereadores e prefeito o que foi feito e o que ficou na promessa.

A responsabilidade pelos destinos da cidade é um dever não apenas dos políticos eleitos, mas de todos nós que os elegemos. 

Ester Mendonça é jornalista e empreendedora em comunicação corporativa.