Os próprios militantes da base do PT avisaram suas lideranças que coligações deveriam ser feitas e o partido apoiar, por exemplo, candidaturas encabeçadas pelo Psol.
Ninguém deu ouvidos e candidaturas próprias foram exigidas nas principais cidades paulistas. Resultado? Duas prefeituras conquistadas no Estado de São Paulo: Araraquara e Matão. Na Capital, com Gilmar Tatto, o partido foi um fiasco.
Em Rio Preto, o PT obteve 1,76% dos votos. Foi o pior desempenho desde a primeira eleição (1988) após o fim da Ditadura Militar.
E a vergonha não para por aí. Nenhum candidato a vereador pelo PT em Rio Preto passou de 700 votos.
Para ter uma ideia, o Novo, um dos partidos mais recentes da política brasileira, que tem como exemplo um atrapalhado governo de Romeu Zema em Minas Gerais, teve mais votos que o PT em Rio Preto. Foram 3.740 contra 2.624.
A "sorte” do PT rio-pretense é que quase toda a legenda no Estado de São Paulo experimentou a vergonha nas urnas no último domingo (15).
O ex-prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Luiz Marinho, atual presidente estadual da legenda, foi massacrado pelo PSDB. Orlando Morando se reelegeu com 67,28% dos votos na maior cidade do ABC. Marinho terminou com 23,34%.
Dos eleitos em primeiro turno – nas cidades com mais de 200 mil eleitores – nenhum é petista. A surra nas urnas que o PT levou é mais um exemplo de como o partido terceiriza seus problemas. Sempre é culpa da mídia, da Justiça, da oposição ou de supostos golpistas. Falaram por um momento breve em "autocrítica”, que nunca, de fato, ocorreu.
O PT há tempos deixou a realidade do povo que abraçou o partido nos anos 1980, 1990 e até a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
O que era uma militância em favor da população, acabou se tornando uma militância para se livrar dos graves crimes que o partido acumulou.
A continuar assim, o PT será nas eleições futuras linha auxiliar de outra legenda ou apenas o partido que ninguém quer por perto.
Heitor Mazzoco, 30 anos, é jornalista do DLNews