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Rio Preto: 464.983 habitantes
Foto por: Reprodução
Rio Preto: 464.983 habitantes

Brasil supera meio milhão de mortos, equivalente a uma Rio Preto inteirinha

Por: Da Redação
19/06/2021 às 17:33
Saúde

É mais do que a população inteira de Rio Preto, cidade com 464.983, segundo o IBGE de 2020. É como se ocorressem 8.475 acidentes como o do rio Turvo, que em agosto de 1960 matou 59 estudantes que viajavam em dois ônibus de Rio Preto para Barretos


O Brasil chega à marca de meio milhão de mortos pela Covid-19 neste sábado (19), segundo registros oficiais das secretarias de Saúde dos estados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número real, porém, deve ser ainda maior, já que nem todos os infectados fazem o exame para detectar a presença do coronavírus. Às 14h15 deste sábado, o país contou 1.401 mortes e 20.483 novos casos da doença, elevando o total de óbitos para 500.022, e o de casos, para 17.822.659.

É mais do que a população inteira de Rio Preto, cidade com 464.983, segundo o IBGE de 2020. É como se ocorressem 8.475 acidentes como o do rio Turvo, que em agosto de 1960 matou 59 estudantes que viajavam em dois ônibus de Rio Preto para Barretos. Comparando com Rio Preto, onde morreram 2.355 pessoas até a sexta-feira, é como se ocorressem 40 acidentes como esse do Turvo, tragédia que marcou a cidade para sempre.

Com isso, o Brasil torna-se o segundo país a ultrapassar os 500 mil mortos. Antes dele, os Estados Unidos superaram essa cifra e, no dia 15 de junho, passaram de 600 mil óbitos. A diferença é que, por lá, mais de 148 milhões de norte-americanos (45% da população) estão imunizados; por aqui, são cerca de 24 milhões de brasileiros (11% da população).

Com vacinação ainda lenta, o vírus se alastra por todas as regiões do Brasil. Na última semana, houve média de cerca de 2.000 mortos por dia pelo coronavírus Sars-CoV-2. A média diária de novos casos está em torno de 70 mil, o que deixa o atual momento entre os piores da pandemia.

Desde o primeiro registro da doença no país, em fevereiro de 2020, mais de 17,8 milhões de pessoas já foram infectadas pelo Sars-CoV-2 no Brasil --número que provavelmente também está subdimensionado.

Os dados comparativos mostram que as autoridades brasileiras erraram na condução do país em meio à pandemia. Quando se considera a taxa de mortos por 100 mil habitantes, por exemplo, o Brasil é o 9º país com mais óbitos, ostentando 235 mortes/100 mil habitantes. Apenas países de população bem menor estão à sua frente. 
Entre as maiores economias do mundo, o Brasil é o país que acumula mais mortes por 100 mil habitantes.

Mesmo após mais de um ano de realização de estudos científicos padronizados com a hidroxicloroquina e outros medicamentos do chamado "kit Covid" que não encontraram benefícios no uso dos remédios pelos doentes, o presidente segue propagandeando esses medicamentos como a solução.

O resultado: cerca de um quarto da população brasileira fez uso de algum medicamento para tratar precocemente ou prevenir a Covid-19, de acordo com uma pesquisa do Datafolha --entre os que declaram voto em Bolsonaro nas eleições de 2022, o índice sobe para 37%. Mas o tratamento ainda não existe, e os números de mortes ajudam a confirmar isso.

Enquanto isso, a CPI da Covid instalada no Senado expõe a inoperância do governo federal e alimenta críticas às ações das autoridades sanitárias e de Bolsonaro no período. Para agravar o quadro econômico ruim, aumenta também o isolamento do Brasil no cenário internacional, acompanhado de fortes críticas à gestão da crise na saúde.

A comissão parlamentar ajudou a evidenciar a omissão do presidente e de seu ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no colapso de Manaus no começo deste ano, quando hospitais ficaram sem oxigênio para fornecer aos doentes internados.

O comportamento errático do governo também se evidencia nas trocas na pasta mais relevante para o enfrentamento da pandemia. Desde o começo da crise, quatro ministros da Saúde tentaram conduzir a reação do país. Dois deles --Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich-- saíram do posto por divergências com Bolsonaro. O terceiro, Pazuello, mais alinhado ao presidente, ficou quase um ano no cargo. Saiu pela má gestão e como um dos investigados na CPI da Covid-19.

Cabe agora ao médico paraibano Marcelo Queiroga, o quarto ministro, conter a múltipla crise. Com discurso mais modulado, ele reafirma seu apreço à ciência, mas está dentro de um governo que, como também mostrou a CPI, ignorou durante meses a oferta de vacinas feita pela Pfizer ainda no ano passado.

E a Pfizer nem foi a única vacina esnobada. Importantes nomes do governo atacaram a Coronavac, por sua origem chinesa. Bolsonaro, Paulo Guedes (ministro da Economia) e Ernesto Araújo (ex-chanceler) fortaleceram esse discurso.

No Brasil, mesmo com uma vacinação abaixo do desejado, os imunizantes já teriam evitado a morte de 43 mil pessoas acima de 70 anos, segundo estudo do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) em parceria com a Universidade Harvard e o Ministério da Saúde.

Comparativo feito pela Folhapress
Foto por: Folhapress
Comparativo feito pela Folhapress






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