Quanto mais ágil for o diagnóstico e tratamento, melhores serão os resultados e a qualidade de vida do paciente
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 4% dos brasileiros têm ou tiveram
Estrabismo. O estrabismo é caracterizado por um desequilíbrio na função dos
músculos oculares que causa um desalinhamento e impede que os olhos fiquem
paralelos.
Ana Paula Arruda Nunes, de 48
anos, foi diagnosticada aos 11 anos com Estrabismo. Uma cicatriz de
toxoplasmose no fundo do olho fez com que seu olho se esforçasse para enxergar
no canto interno, onde não era escuro. "Passei por grandes dificuldades pela
baixa autoestima. Perdi a visão, quase que total, por conta da cicatriz.
Realizei um procedimento cirúrgico de correção da direção e me sinto
extremamente feliz e satisfeita após a cirurgia”, relata Ana Paula. Ela também
conta que mantém sua rotina de consultas e exames oftalmológicos anualmente
para acompanhar a saúde ocular.
Além de ser um grande problema
estético, até motivo de bullying, o Estrabismo também pode provocar danos no
campo visual da pessoa. Normalmente, os olhos fixam a visão em um ponto e o
cérebro faz a fusão das duas imagens. "Quando um dos olhos está desviado,
imagens diferentes chegam ao cérebro e, por isso, não há uma fusão adequada.
Dessa forma, a imagem proveniente do olho desviado começa a ser ignorada pelo
cérebro, levando à perda da noção de profundidade e à Ambliopia, que é a
chamada de visão fraca ou preguiçosa”, explica Dra. Karina Shimizu (CRM:
120.995), especialista em Estrabismo no Horp.
Causas do Estrabismo
O Estrabismo pode se apresentar em
qualquer idade, dependendo da causa. Mas considerando a maior incidência de
Estrabismo do tipo congênito, geralmente, surgem na infância após os primeiros
6 meses, explica Dra. Karina.
Diversos fatores também podem
ocasionar Estrabismo nos adultos, como doenças neurológicas, diabetes ou
acidentes, e há tratamento. Quanto mais ágil for o diagnóstico, melhores serão
os resultados. O tratamento para corrigir o Estrabismo pode envolver uso de
óculos, colírios, tampão, fisioterapia para os olhos, aplicação de toxina
botulínica ou, em alguns casos, cirurgia.
Algumas informações errôneas são
transmitidas sobre a doença, como ser um problema que dispensa de tratamento
precoce. "Principalmente os casos de Estrabismo que surgem na infância
necessitam de tratamento imediato pelo fato do desenvolvimento neurovisual
ocorrer nesta fase primordial da vida”, complementa Dra. Karina.