Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.



Apoiado por Andrés, Duílio diz que é hora de gente nova no Corinthians

Por: FOLHAPRESS - ALEX SABINO E LUCIANO TRINDADE
25/11/2020 às 12:30
Esportes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duílio Monteiro Alves, 45, representa a terceira geração familiar na tentativa de chegar à presidência do Corinthians. Apoiado pel...


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duílio Monteiro Alves, 45, representa a terceira geração familiar na tentativa de chegar à presidência do Corinthians. Apoiado pelo atual mandatário, Andrés Sanchez, ele é neto de Orlando Monteiro Alves, ex-vice-presidente, e filho de Adilson Monteiro Alves, que foi diretor no Parque São Jorge e participou da Democracia Corinthiana, nos anos 1980.
O histórico é motivo de orgulho para Duílio, mas um contraponto ao fato de ele representar a chapa que se mantém no poder no clube há 13 anos com o nome Renovação e Transparência.
Como candidato da situação, ele admite que nem sempre esse lema foi seguido. Ele diz que seu principal objetivo é "modernizar a parte administrativa e fazer uma gestão 100% transparente". O dirigente argumenta que isso até foi feito nos últimos anos, "mas não era o foco".
Braço direito de Andrés, ele acompanhou de perto a atual gestão. Foi diretor de futebol de fevereiro de 2018 a setembro deste ano, quando se licenciou para concorrer à presidência do clube.
Duílio já havia exercido a função de diretor no mandato de Mário Gobbi (2015-2018), com quem disputará o pleito no sábado (28).
Rompido com Andrés desde o início de seu mandato, Gobbi se aliou à oposição para tentar voltar ao cargo. Duílio não tem receio de se assumir como candidato do atual presidente corintiano.
"Não vejo problema nisso, desde que as pessoas saibam que o Duílio é o Duílio. Tenho meu jeito de ser e de administrar. O Andrés transformou o clube e agora é hora de vir gente nova."
Com Gobbi e Sanchez, Duílio fez parte de trabalhos vitoriosos, sobretudo nas conquistas da Libertadores e do Mundial, em 2012, do Brasileiro de 2015 e dos Paulistas de 2018 e 2019. Ele atuou também na construção dos novos CTs da base e do profissional, no Parque Ecológico.
Sob sua gestão, os custos do departamento de futebol cresceram. Em parte devido ao alto número de contratações. Chegaram 40 atletas em 33 meses, média de um reforço a cada 25 dias.
"No Brasil, existe uma cultura de jogador descartável. Têm treinadores que pedem determinado jogador, a diretoria entrega, o atleta faz dois ou três jogos ruins e acaba sendo deixado de lado pelo treinador", argumenta Duílio. "Neste ano de 2020, realmente, o time não encaixou."
Para a atual temporada, o clube trouxe 13 jogadores, entre eles Luan, que custou 5 milhões de euros (R$ 31,7 milhões na cotação atual). É o quinto jogador mais caro da história do Corinthians. Com apenas quatro gols em 35 jogos e sem regularidade entre os titulares, ele ainda não rendeu o esperado.
Desde 2018, o time teve seis trocas de treinadores e dois períodos em que o elenco foi comandado pelo interino Dyego Coelho. As mudanças refletem o rendimento ruim em campo.
Quando Duílio se licenciou do cargo, a equipe ocupava a 12ª posição do Brasileiro, com 9 pontos, um acima da da zona de rebaixamento. Atualmente, está em 13º, com 26 pontos, dois a mais do que o 17º colocado.
O time ainda amargou duas eliminações precoces na temporada: antes da fase de grupos da Libertadores e nas oitavas da Copa do Brasil.
Caso seja eleito, não será fácil para o candidato montar um time mais forte. Durante a gestão de Andrés Sanchez, a dívida do clube cresceu de R$ 468 milhões para R$ 902 milhões, segundo balanço divulgado em julho.
Esse endividamento não inclui o valor de R$ 536 milhões cobrado pela Caixa Ecônomica Federal na Justiça referente ao financiamento para construção da Neo Química Arena. O processo está suspenso enquanto as partes negociam um novo fluxo de pagamento.
A despeito desses débitos, Duílio promete investir no time ainda mais. "Não existe uma urgência para que se pague a dívida. O que a gente pode fazer é pagar aos poucos, renegociar e aumentar prazos. É possível montar times não tão caros capazes de brigar por títulos."
Além de negociar com os credores, o candidato afirma que buscará novas fontes de receita, tanto para o clube como para o pagamento do financiamento da arena.
"O projeto é transformar o Corinthians de um clube analógico em um clube digital. Existem propriedades em redes sociais, streaming e aplicativos que são formas de trazer receita", diz.
Sobre a arena, destaca negócios já abertos no local e planos para o futuro. "Temos uma universidade para 2.000 pessoas, academia, salões de beleza, uma clínica médica e já estão sendo montados locadora de veículos e uma farmácia em parceria com a Neo Química. Também faremos shows lá", afirma.
Para isso, Duílio precisará, primeiro, realizar o sonho da família Monteiro Alves. "Seria uma alegria imensa para o meu pai ver o filho presidindo o Corinthians."

Publicado em Wed, 25 Nov 2020 12:15:00 -0300







Anunciar no Portal DLNews

Seu contato é muito importante para nós! Assim que recebemos seus dados cadastrais entraremos em contato o mais rápido possível!