Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que a cada 100 mil pessoas no mundo até 600 podem desenvolver a doença
O Ceratocone é, atualmente, a
maior causa de transplantes de córnea no mundo. De acordo com a Associação
Brasileira de Transplante dos Órgãos, dos mais de 23 mil transplantes feitos ao
ano no país, cerca de 13 mil são de córnea, sendo o Ceratocone uma das
principais causas.
O Junho Violeta é uma campanha
global que tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o Ceratocone, que
afeta milhares de pessoas em todo mundo, e fornecer apoio aos pacientes.
Durante todo o mês, várias organizações e profissionais de saúde promovem
atividades e eventos, para educar o público sobre a doença, compartilhar
informações sobre os últimos avanços no tratamento, oferecer suporte emocional
e recursos práticos para os pacientes e suas famílias. Assim como a maioria das
doenças oculares graves, o Ceratocone é uma condição desafiadora e silenciosa.
O que é o
Ceratocone?
A principal caraterística do Ceratocone
é a modificação da curvatura da córnea até que fique com um formato de cone – é
daí que vem o nome Ceratocone. A maioria dos casos ocorrem entre a adolescência
e o começo da vida adulta, sendo comum em pessoas na faixa etária dos 10 aos 35
anos. Essa doença apresenta uma evolução progressiva em que a parte
transparente na frente do olho, também conhecida como córnea, se torna fina e
adquire uma forma cônica, resultando em distorção da visão, astigmatismo
irregular e dificuldade em enxergar claramente.
Quais são os
sintomas?
Os sintomas do Ceratocone podem
variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem visão borrada,
sensibilidade à luz, coceira nos olhos e mudanças frequentes no grau dos
óculos. Para a detecção o ideal é passar por um exame oftalmológico completo,
incluindo desde os procedimentos mais comuns até a medição da curvatura da
córnea e a análise da visão com diferentes lentes.
Além das causas naturais, também é
possível desenvolver a doença por conta de maus hábitos. "Vale lembrar que quem
tem o costume de coçar os olhos com muita frequência também pode desenvolver o
Ceratocone. Pessoas alérgicas precisam ficar atentas”, alerta a oftalmologista
do Horp, Dra. Miriam Alves Ferreira. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO) estima que a cada 100 mil pessoas no mundo até 600 podem desenvolver a
doença.
Qual o
tratamento?
Embora não haja cura definitiva
para o Ceratocone, existem opções de tratamento que ajudam a melhorar a visão e
retardam a progressão da doença. Quando o diagnóstico é feito precocemente, é
possível a melhora da acuidade visual apenas com o uso de óculos corretivos.
Outros tratamentos incluem o uso de lentes de contato especiais, anel
intraestromal e crosslinking da córnea, um procedimento que fortalece a córnea,
indicado nos casos de progressão da doença. "Em casos avançados, o transplante
de córnea pode ser necessário, mas graças aos avanços da tecnologia na
fabricação das lentes de contatos, que estão mais modernas e cada vez mais
eficientes no tratamento, houve uma queda significativa nos procedimentos mais
invasivos”, explica Dra. Miriam.
O Junho Violeta nos lembra, mais
uma vez, que quando se trata da visão a melhor forma de tratamento sempre está
na prevenção e nos cuidados contínuos com os olhos, seja indo ao consultório
médico, ou policiando nossos hábitos no dia a dia.