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Deputado estadual é suspeito de liderar milícia na Bahia

Por: FOLHAPRESS - JOÃO PEDRO PITOMBO
07/12/2023 às 14:00
Brasil e Mundo

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - O deputado estadual Binho Galinha (Patriota-BA) foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia sob acusação de liderar uma...


SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - O deputado estadual Binho Galinha (Patriota-BA) foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia sob acusação de liderar uma milícia em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, a 109 km de Salvador.

Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, foi um dos alvos Operação "El Patron", deflagrada na manhã desta quinta-feira (7) pelo Ministério Público estadual, Polícia Federal, Receita Federal e Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Em nota, o deputado estadual Binho Galinha informou que está à disposição da Justiça da Bahia e que "tudo será esclarecido no momento próprio". Também disse que manterá suas atividades na Assembleia Legislativa da Bahia.

"Confio na Justiça e estou à disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos", informou.

Binho Galinha, que foi alvo de mandados de busca e apreensão, é apontado como líder de grupo miliciano, e acusado por crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada.

Foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa e fazendas do deputado. Ele e mais 14 pessoas foram denunciadas pelo MP, dentre elas três policiais militares da ativa.

Os PMs, aponta a investigação, integrariam o braço armado da organização criminosa, com atribuições de efetuar cobranças mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos do jogo e de agiotagem.

Seis pessoas foram presas até às 12h desta quinta-feira e outras quatro estão foragidas. Não houve mandado de prisão contra o deputado.

A denúncia foi recebida pela Justiça, que acatou o pedido da Promotoria de bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 imóveis, incluindo dez fazendas, quatorze veículos, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.

As investigações revelaram que a organização criminosa fez movimentações bancárias superiores a R$ 100 milhões de reais nos últimos dez anos em contas bancárias pessoais e de empresas "constituídas com o intuito de garantir aparência de licitude aos recursos movimentados".

A Promotoria solicitou à Justiça que determine o pagamento de multa superior a R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

A operação envolveu a atuação de aproximadamente 200 agentes públicos, entre policiais, delegados, promotores de Justiça e auditores fiscais.

As investigações apontam que a organização criminosa que seria liderada por Binho Galinha foi constituída na década de 1990. O deputado teria assumido a liderança do grupo em 2012, a partir do assassinato do bicheiro Oldair José da Silva Mascarenhas, conhecido como Dainho.

Segundo a promotoria, a morte de Dainho deu ao grupo de Binho Galinha o monopólio do jogo do bicho na região de Feira de Santana que se mantém até os dias de hoje. O grupo atuaria por meio de uma entidade conhecida como Paratodos, que dá nome às bancas do jogo do bicho.

Binho Galinha foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2022, quando obteve 49.834 votos tendo Feira de Santana como principal base eleitoral. Na época, sua votação surpreendeu os principais caciques políticos da cidade.

No primeiro turno, fez parte da aliança liderada por João Roma (PL), mas não fez campanha ao lado do candidato bolsonarista. No segundo turno, contudo, selou seu apoio ao hoje governador Jerônimo Rodrigues (PT) em um encontro no Palácio de Ondina com a presença do então governador e hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa.

A Assembleia Legislativa da Bahia afirmou, por meio de nota, que não foi informada, muito menos citada, a respeito da Operação realizada pela Polícia Federal. "As investigações estritamente ocorrem no âmbito policial. Caso a ALBA seja notificada ou instada a se pronunciar, o fará de pronto. O Regimento Interno da Casa não prevê nenhum tipo de sanção a parlamentares durante o transcorrer de investigações", diz a nota.






Publicado em Thu, 07 Dec 2023 13:41:00 -0300







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