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Psicóloga e Psicanalista. Mestre e Doutora USP de Ribeirão Preto, SP; Membro fundador do Território lacaniano; Membro da Comissão gestora do CRP-Rio Preto; Membro do Coletivo Mulheres na Política e do Coletivo Lugar de mulher, é onde ela quiser.
Foto por: Arquivo Pessoal
Psicóloga e Psicanalista. Mestre e Doutora USP de Ribeirão Preto, SP; Membro fundador do Território lacaniano; Membro da Comissão gestora do CRP-Rio Preto; Membro do Coletivo Mulheres na Política e do Coletivo Lugar de mulher, é onde ela quiser.

Feliz dia internacional da mulher?

Por: Alessandra Moreno Maestrelli
08/03/2022 às 22:11
Artigos

Sabemos que historicamente as mulheres têm lutado e lutam em todos os lugares do mundo, por condições de igualdade e melhorias nas condições de vida, passando por guerras, tendo seus corpos violentados e, sendo mortas porque são apenas corpos, e, o que importa à dominação é exterminar a resistência.


O dia 08 de março, foi a data escolhida para lembrar o Dia Internacional da Mulher, mas, muito provavelmente nem todos sabem o motivo de tal decisão, posto que a luta não apenas não acabou, como sofre embates a cada dia; haja vista a exaustiva divulgação do revoltante áudio do brasileiro, representante de uma ação humanitária na Ucrânia. 

A realidade daquelas mulheres refugiadas as torna vulneráveis em todos os aspectos que compõem e determinam o que seria uma vida digna. Elas sofrem todo o tipo de perdas, começando por suas casas, seus trabalhos, suas vidas. Essa é apenas uma mostra do quão à vontade algumas pessoas estão para falarem o que pensam desde de áudios até roteiros de viagens para turismo sexual, passando por agressões físicas, espancamento e morte dos que não se parecem consigo mesmos. Já dizia o poeta: narciso acha feio o que não é espelho. 

O mês de março, em especial o dia 08, tem sido dedicado para que mulheres tenham maior visibilidade política, para que suas lutas sejam fortalecidas e para que não sejam mortas ou silenciadas. No entanto, este dia também é modificado e transformado em apelo comercial, são presenteadas com flores e parabenizadas por terem nascido mulher, comportamento típico de sociedades machistas nas quais o patriarcado é hegemônico.

Faço notar que quando sujeitos se identificam com o discurso machista hegemônico têm a ilusão de que não estão cometendo nenhum crime. E estão apenas exercendo sua virilidade, como se tivessem uma espécie de salvo conduto para isso. Em nome do patriarcado, o machismo impera assediando e violentando os direitos conquistados a duras penas, acarretando retrocessos que inviabilizam a democracia.

Não produzimos sujeitos cuja mentalidade é infantilizada e primitiva, não aceitamos que indivíduos pouco inteligentes, nos presenteiem e nos parabenizem por um dia de luta incluindo no calendário comercial para aumentar as vendas. A ironia contida no título deste artigo, não é uma provocação. Ao contrário, é um grito de basta! É resistência! O machismo e o patriarcado são males que herdamos estruturalmente, no entanto combatemos e resistimos ainda que nos custe a vida. Nada a comemorar!

Alessandra Moreno Maestrelli. Psicóloga e Psicanalista. Mestre e Doutora USP de Ribeirão Preto, SP; Membro fundador do Território lacaniano; Membro da Comissão gestora do CRP-Rio Preto; Membro do Coletivo Mulheres na Política e do Coletivo Lugar de mulher, é onde ela quiser. 







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