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Vítima de racismo no Mineirão relata cusparada e diz que prestará queixa

Por: FOLHAPRESS - THIAGO FERNANDES
11/11/2019 às 13:30
Esportes

BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - Vítima de injúria racial por parte de um torcedor do Atlético-MG na tarde deste domingo (10), no Mineirão, após clássico ...


BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - Vítima de injúria racial por parte de um torcedor do Atlético-MG na tarde deste domingo (10), no Mineirão, após clássico entre o clube alvinegro e o arquirrival Cruzeiro, o vigilante Fábio Coutinho se manifestou sobre o caso em entrevista à reportagem.
O episódio ganhou repercussão a partir de um vídeo publicado pela Rádio 98FM em que um torcedor diz ao segurança, entre diversas ofensas, "olha a sua cor". Coutinho relata que ainda recebeu cusparadas do atleticano e diz que pretende prestar queixas contra torcedor, que não teve identidade revelada.
"Eu vou ser sincero, vou dar um relato aqui. Sou vigilante, sou profissional da área de segurança. Não vou me vitimizar, mas foi uma atitude muito baixa e rasa da parte dele. Se puder encontrar essa pessoa, seria bacana ele servir como lição. Não foi só uma atitude racista, ele cuspiu na minha face. Em vários momentos, ele tocou com os dedos em minha face. Eu pretendo sim, dar continuidade [ao caso]", disse à reportagem.
Após o apito final no clássico, o estádio registrou diversos focos de confusão. No vídeo em que Coutinho aparece sendo vítima de injúria racial, torcedores atleticanos tentavam acessar uma área restrita do Mineirão, segundo explicou o segurança.
"É até difícil falar agora, porque isso demonstra que, em momento algum, eu tive uma atitude agressiva com ninguém ali. Eu permiti que pudessem passar ali crianças, enfim... O local que você [reportagem] estava, você sabia que a torcida do Galo não poderia passar por ali. Era a integridade física dos profissionais da imprensa e até os torcedores do Cruzeiro [que estava sob risco]. Foi uma agressão gratuita da parte dele, tenho intuito de dar continuidade", acrescentou.
Ainda no dia da partida, horas após o ocorrido, o Atlético emitiu um comunicado em repúdio ao ato do torcedor e disse que apura o caso. "O Clube Atlético Mineiro repudia veementemente qualquer ato de violência, incluindo racismo, injúria ou ofensa moral, seja no estádio ou fora dele. As diversas imagens que circulam em redes sociais são lamentáveis e devem ser objeto de rigorosa apuração".
O caso ocorreu no mesmo dia em que os atacantes brasileiros Dentinho e Taison foram alvos de ofensas racistas na Ucrânia, na partida do Shaktar Donetsk contra o Dínamo de Kiev, pelo campeonato local.
Revoltado com os gritos da torcida do Dínamo, que era visitante e estava em menor número, Taison respondeu mostrando o dedo do meio e chutou a bola na direção dos torcedores. Por causa disso, foi expulso. O jogador deixou o campo em lágrimas.
Avisado do racismo por Dentinho, que também foi visto chorando no gramado, o árbitro paralisou a partida por cerca de cinco minutos durante o segundo tempo. Os jogadores do clube de Kiev foram até a beira do campo e pediram que as ofensas cessassem.
O jogo terminou com vitória do Shakhtar Donetsk por 1 a 0.
Vítima desta vez, o time de Dentinho e Taison já foi protagonista neste ano de outro caso de racismo. Em março, quando disputava a Liga Europa, a Uefa puniu o Shakhtar por bandeiras de extrema direita exibidas nas arquibancadas.
O clube de Donetsk tem atuado na Champions League desta temporada com parte do estádio fechado.

Publicado em Mon, 11 Nov 2019 13:10:00 -0300







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