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O ex-senador Magno Malta (PL-ES) pediu voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento oficial da Presidência da República nesta quarta-feira (9).
"Precisamos reconduzir esse homem ao poder, à reeleição. Depois dele, outro conservador e depois outro conservador, afirmou Malta, em alusão à tentativa de reeleição de Bolsonaro nas eleições de outubro.
O pedido de voto de Magno Malta para o presidente Bolsonaro foi em meio ao evento de chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte, em Jardim de Piranhas (RN).
De acordo com a legislação eleitoral, é proibido declarar candidatura antes da hora e fazer qualquer pedido de voto de forma explícita ou implícita. O agravante desta quarta-feira é que se trata de um evento oficial do governo federal, custeado com verba pública.
Na cidade, o presidente também participou de uma jeguiata, um passeio sobre jegues. O ato provocou aglomeração na cidade e foi realizado em meio à nova escalada da Covid-19 no país.
O passeio causou aglomerações nas ruas da cidade. Bolsonaro e a maioria dos participantes não utilizaram máscaras de proteção facial, que ajudam a prevenir o contágio do coronavírus.
Nesta semana, Bolsonaro tem realizado uma ofensiva de dois dias de eventos no Nordeste, considerado reduto político do ex-presidente Lula (PT), principal adversário do presidente na corrida eleitoral de 2022.
Pela manhã, Bolsonaro esteve em Jucurutu, também no interior potiguar, onde atacou antecessores no cargo. Ele não mencionou nomes, mas fez referências às gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Lula (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016) e Michel Temer (2016-2018).
Em Jucurutu, o chefe do Executivo também defendeu a condução do governo federal na pandemia e disse que não cometeu erros em meio à crise sanitária.
O relatório final da CPI da Covid aponta Bolsonaro como um dos principais responsáveis pelo agravamento da pandemia no país e sugere que o presidente seja responsabilizado e investigado por nove crimes.
Na lista, há crimes comuns, previstos no Código Penal; crimes de responsabilidade, previstos na Lei de Impeachment, e crimes contra a humanidade, previsto pelo Estatuto de Roma.
No périplo desta semana no Nordeste, o chefe do Executivo foca as obras de segurança hídrica e busca atenuar a rejeição ao governo na região, a que mais rejeita a gestão Bolsonaro.
Na terça, o presidente passou por Salgueiro, em Pernambuco, e por Jati, no Ceará.
Em Jardim de Piranhas, onde aconteceu a jeguiata, Bolsonaro participou de ato para a chegada das águas do rio São Francisco ao Rio Grande do Norte.
Obra estudada para execução por Dom Pedro 2º, no Brasil Imperial de dois séculos atrás, a transposição foi iniciada em 2007, durante o segundo mandato de Lula.
A previsão inicial de conclusão era 2012, mas o prazo não foi cumprido. Passou por diversas prorrogações, com a primeira etapa sendo inaugurada somente em 2017, por Michel Temer (MDB).
O custo das obras também não ficou estático e saltou de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. Ao todo, são 477 km de canais de água.
Quando todas as estruturas e sistemas complementares nos estados estiverem em operação, cerca de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte serão beneficiadas.
A transposição é apontada como diretriz para revitalização econômica do Nordeste pelo fato de ser a maior obra hídrica do país.
A paternidade da transposição do São Francisco é disputada por diferentes atores da política nacional. O embate mais recente começou quando Temer inaugurou um trecho da obra durante o seu governo, provocando reação dos petistas Lula e Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro, por sua vez, faz críticas aos ex-presidentes petistas por não terem concluído as obras da transposição.
O atual presidente alega em discursos que, mais importante que anunciar novas obras, é concluí-las. Já os adversários dizem que o presidente não tem agenda própria e usa a sobra de ativos dos governos anteriores.