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Assistente Social - Ex presidente do Conselho Municipal dos direitos das mulheres Frente feminista de SJ. Rio Preto .
Foto por: Arquivo Pessoal
Assistente Social - Ex presidente do Conselho Municipal dos direitos das mulheres Frente feminista de SJ. Rio Preto .

Violência contra as mulheres: Apontando caminhos!

Por: Sonia Paz
29/11/2021 às 17:19
Artigos

Infelizmente, mais uma vez entramos nos "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres". Digo infelizmente porque nós mulheres, em pleno século XXI, ainda somos obrigadas a conviver com a violência de gênero que nos obriga a realização de infinitas campanhas de combate a esta verdadeira pandemia que é a violência, revelando assim um triste retrato de uma sociedade que nos impõe o medo.


Em Rio Preto entre os anos de 2020 e 2021, tivemos 4.049 notificações de violência contra as mulheres. Destes, 412 foram de meninas de 5 a 14 anos, sendo que 3.504 desses casos aconteceram dentro de casa. A  violência nos acompanha em todas as fases da vida e em todos os lugares. O lar que supostamente deveria ser um espaço de segurança, não é seguro para as mulheres.

Conversando com muitas mulheres e homens sobre o que nutre e alimenta este monstro da violência, sempre chegamos à conclusão de que esta situação se agigantou neste governo bolsonarista, autoritário, aliado de forças fundamentalistas e grupos conservadores que   ganharam força no poder e que infelizmente usam todas formas de dominação que dispõem para reafirmar o lugar das mulheres dentro da ordem patriarcal.

 Mas, e por aqui na nossa cidade, onde estão e como vivem hoje estas 4.049 mulheres que tiveram a coragem de pedir socorro? Estamos conseguindo vencer essa guerra, cuja arma a ser utilizada se chama políticas públicas?

Para isso, não basta somente conceituarmos ou mapearmos a violência, precisamos sair da zona de contemplação do que já conquistamos para construir caminhos que devem nos levar à existência de uma delegacia da mulher que funcione 24hs e sete dias por semana; à implantação de uma casa de passagem para as mulheres que sofrem violência, que na maioria das vezes precisam de um lugar seguro por poucos dias, para uma reorganização inicial de suas vidas.

Devem nos levar a serviços de acolhimento descentralizados, de um CRAM – Centro de Referência Atendimento à Mulher na região nordeste da cidade que é onde temos os maiores índices de notificações. Devem nos levar a existência de campanhas publicitárias de prevenção à violência feitas com profissionalismo e ainda que a Secretaria dos Direitos das Mulheres seja  protagonista e principal articuladora das ações intersetorias junto a todas as secretarias municipais, devemos envolver principalmente a Secretaria de Educação, que tem um papel primordial na desconstrução do machismo e violência desde a primeira infância. Precisamos de uma educação que trabalhe pedagogicamente com seriedade o enfrentamento das desigualdades de gênero, raça, classe, uma educação não-sexista, antirracista, anti-lgbtfóbica que valorize a diversidade e a diferença.

Esses caminhos devem nos levar à implantação da Casa da mulher Riopretense, nos mesmos moldes da Casa da mulher brasileira, facilitando assim o acesso das mulheres a toda rede de proteção, cujos serviços funcionarão em um único local.

Por isso, embora tenhamos caminhado, a luta precisa continuar.







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