Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.



Eliara Magalhães, psicóloga, psicoterapeuta, vegana, ativista pelos direitos humanos e membra do Coletivo Mulheres na Política - 21 dias, 21 vozes femininas  pelo fim da violência contra a mulher.
Foto por: Arquivo pessoal
Eliara Magalhães, psicóloga, psicoterapeuta, vegana, ativista pelos direitos humanos e membra do Coletivo Mulheres na Política - 21 dias, 21 vozes femininas pelo fim da violência contra a mulher.

Machismo internalizado

Por: Eliara Magalhães
26/11/2021 às 09:57
Artigos

Há tantos séculos que o machismo tem se propagado e se consolidado que até mesmo quem em nada se beneficia deste modo de pensar e agir muitas vezes aceita, reproduz ou se conforma.


Negar tradições baseadas em preconceitos e irracionalidades ou em aspectos da sociedade que já se transformaram, ainda que evidentemente prejudiciais para todos pode soar como uma afronta aos líderes e a seus fiéis súditos – alguns dos quais se beneficiam diretamente com essas tradições e outros que esperam se beneficiar delas  um dia - e acabar sendo motivo de banir do grupo ou da família aqueles que se opõem.

Quem nunca teve vontade de dizer não aos pais ou chefes e não o fez? Nesse sentido, se na construção e consolidação das regras não puder haver contrários, negação, ou pelo menos discórdia, isso significa que não existe diálogo, aliás, não existe nem construção e sim, imposição infantil. As chamadas "características femininas” ou "qualidades femininas” como a tolerância, a disposição para a conversa e o silencio em determinados momentos – embora para as mulheres, a ideia de que não devem se manifestar é sempre muito mais forte -, para os quais somos exaustivamente treinadas, deveria ser treino de todos os adultos maduros.

A estigmatização do que é masculino e do que é feminino não somente é prejudicial às mulheres, mas também aos homens e principalmente às crianças de ambos os sexos. Um exemplo? A ideia de que os homens não devem chorar. E se os homens não choram, pergunto o que se sugere que façam com suas tristezas ou com seu luto ou com sua raiva? Diante das brincadeiras, as crianças não deveriam ser impedidas de brincar de todas as formas. O brincar é unissexual. O brincar é linguagem. O brincar é representação e, principalmente, é sociabilização.

Meninos podem gostar de rosas e meninas podem gostar de ferramentas. Há muitas profissões que exigem talentos diferentes e nossas crianças precisam vislumbrar mais oportunidades de atuação para que se realizem com satisfação. Deixemos as crianças colorirem e melhorarem este planeta cansado de ser depreciado pelos péssimos costumes dos antepassados que insistimos manter nessa deficiente mentalidade de padronização. Temos bons costumes? Sem dúvida, sim. Exercitemos também junto com nossas crianças identificarmos o que deve ser mantido e o que deve ser abolido de nossos hábitos.  

Somos muitos e muitas nesta luta! Os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher é um exemplo de que não estamos sozinhos nessa jornada contra a violência, fruto do machismo internalizado e externalizado, que é prejudicial para todos, mas para as mulheres tem um significado muito pior: machuca, incapacita, mata. Não há lucro para ninguém. Parem de nos matar! Denunciemos a violência, hoje e sempre, discando 180, combatendo cotidianamente o machismo e o racismo, protegendo-nos mutuamente.

Eliara Magalhães, psicóloga, psicoterapeuta, vegana, ativista pelos direitos humanos e membra do Coletivo Mulheres na Política - 21 dias, 21 vozes femininas  pelo fim da violência contra a mulher.







Anunciar no Portal DLNews

Seu contato é muito importante para nós! Assim que recebemos seus dados cadastrais entraremos em contato o mais rápido possível!