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Professora da UNESP em São José do Rio Preto,  coordenadora do NUPE - Núcleo Negro da UNESP de Pesquisa e Extensão e conselheira do Conselho Afro.
Foto por: Arquivo pessoal
Professora da UNESP em São José do Rio Preto, coordenadora do NUPE - Núcleo Negro da UNESP de Pesquisa e Extensão e conselheira do Conselho Afro.

Os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

Por: Monica Abrantes Galindo
21/11/2021 às 09:11
Artigos

Começou ontem(20) no Brasil uma jornada de ativismo chamada 16 dias pelo fim da violência contra a mulher.


Proposta pela ONU Mulher, nos demais países do mundo inicia-se no dia 25 de novembro, aqui decidimos que seu inicio coincidiria com o dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra e nesse sentido conseguimos fazer uma junção importante: o combate à violência contra as mulheres no geral e um olhar especial para a mulher negra. Por aqui, os 16 dias são na verdade 21 dias pelo fim da violência contra a mulher.

Os últimos tempos de pandemia nos mostraram explicitamente que em muitos aspectos, não estamos "todos no mesmo barco”, embora estejamos "todos no mesmo mar”. O vírus pode até atacar a todos indistintamente, mas certamente as possibilidades de se combatê-lo ou de se prevenir dele são muito diferentes a depender de sua classe social, do lugar onde você mora, do tipo de trabalho que você tem ou não tem.  Poder trabalhar em casa, depende do tipo de atividade que você exerce. Andar ou não de transporte coletivo, ter ou não ter água em casa para lavar as mãos com frequência, ter ou não ter comida durante esse período foram problemas e desafios a serem enfrentados de maneira muito diferente por diferentes parcelas da população.

De maneira semelhante, a respeito da violência contra a mulher, temos também dados que ela acomete todas as camadas da população, mas assim como na pandemia, as formas de enfrentamento dos diversos tipos de violências, também é diversa. E por que falar da diversidade de violências? Porque realmente elas são de diversos tipos e a depender de cada uma delas, o combate e o ativismo pode e deve se dar também de maneira diversa.

A lei Maria da Penha - sancionada em 2006 -, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei também contribui para ampliar em termos de documento oficial a compreensão de que a violência física é um tipo de violência, mas existem outros, como a violência patrimonial, a sexual, a psicológica, a moral. Tipificar e listar ajuda-nos a ampliar nossa compreensão a respeito do que pode ser considerado violência e vai também ao encontro da alteração do dito popular que "em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Obviamente, o ditado simplifica ideias complexas, pois  existem espaços da relação familiar que são particulares e privados, mas a violência certamente não se enquadra nessa categoria e extrapola os espaços do privado e do particular. Na situação de violência contra a mulher é preciso meter a colher porque toda a família sofre e toda a família precisa de ajuda.

Mais do que apenas pensarmos e compreendermos os diversos tipos de violência contra a mulher estejamos juntos pensando em ações de combate a essas violências. Mais do que apenas nos 16 ou 21 dias de ativismo, estejamos nesse combate todos os dias do ano.


Monica Abrantes Galindo, professora da UNESP em São José do Rio Preto - 21 dias, 21 vozes femininas  pelo fim da violência contra a mulher. 







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