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Via Campesina picha prédio da Aprosoja em protesto contra fome

Por: FOLHAPRESS - CATIA SEABRA
14/10/2021 às 14:00
Brasil e Mundo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O escritório de associações do agronegócio foi invadido na manhã desta quinta-feira (14) em Brasília. Há pichações dentro ...


RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O escritório de associações do agronegócio foi invadido na manhã desta quinta-feira (14) em Brasília. Há pichações dentro e fora do prédio. Frases como "fora Bolsonaro", "soja não enche prato" e "soja é morte" foram pintadas em vários pontos das instalações.

As Organizações da Via Campesina Brasil assumiram a autoria da ação, afirmando que ocorreram protestos em "cinco regiões do país em denúncia ao atual contexto do aumento da fome no Brasil, que faz parte da estratégia política do governo Bolsonaro".

O prédio invadido abriga a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Brasil), a Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) e Abrass (Associação Brasileira dos Podutores de Sementes de Soja), além da filial do Canal Rural.

Ainda segundo a via campesina, a ocupação faz parte da "Jornada Nacional da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome", programada para ocorrer até o sábado (16).

"A ação, que contou com a participação de cerca de 200 camponeses e camponesas, denunciou o protagonismo que o agronegócio cumpre no crescimento da fome, da miséria e no aumento do preço dos alimentos no Brasil. Neste ano, o Agronegócio, com a produção de soja, milho e cana-de-açúcar, principalmente, está batendo recordes de exportações e lucro", diz documento divulgado pela Via Campesina.

Presidente da Aprosoja Brasil, o produtor Antônio Galvan chamou o protesto de vandalismo e informou que a polícia já esteve no escritório para identificar os responsáveis. Em setembro o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o bloqueio de contas da entidade, sob suspeita de financiamento de atos antidemocráticos.

Galvan nega que a associação tenha financiado manifestações contra o Supremo. "Os produtores rurais têm apoiado atos pró-Brasil. Quem é contra o Brasil faz esse tipo de serviço".

Ainda segundo a assessoria da Via Campesina, as ações ocorreram, simultaneamente, em Brasília (DF), Recife (PE), Vitória (ES), Porto Velho (RO) e Florianópolis (SC), e "fazem parte da programação da Jornada como forma de denúncia pela desproporcionalidade do aumento da miséria frente à lucratividade do setor do Agronegócio".

A Via Campesina é uma federação de movimentos sociais. Segundo sua assessoria, participaram da ação o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração), o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), o Pastoral da Juventude Rural (PJR), o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), o MMC (Movimento de Mulheres Camponesas), a CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) e o MPP (Movimento das Pescadoras e Pescadores Artesanais).

O presidente da Aprosoja de Minas, Fábio Salles Meirelles Filho, registrou imagens da sede da associação. A divulgação do vídeo foi autorizada pelo presidente nacional da Aprosoja. No vídeo, Salles diz que a indignação é grande e lamenta não poder estar armado. "É uma invasão notória, violenta, agressiva e não acontece nada. O país tem que ter novo alinhamento. A indignação é muito grande. A vontade que dá vocês sabem qual é. Mas não podemos andar armados", afirma o produtor rural, no vídeo.



Publicado em Thu, 14 Oct 2021 13:36:00 -0300







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