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Empolgante, ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ fecha franquia de Daniel Craig com muita melancolia e ação
Foto por: Divulgação
Empolgante, ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ fecha franquia de Daniel Craig com muita melancolia e ação

CRÍTICA: Empolgante, ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ fecha franquia de Daniel Craig com muita melancolia e ação

Por: Miguel Flauzino
07/10/2021 às 15:36
Cultura e Diversão

Ator se despede do papel com um desfecho à altura


A franquia de Daniel Craig me conquistou de forma única. Dos cinco filmes, não encontro um que me faça reclamar ou até mesmo criticar de forma intensa. A questão é que, de todas as sagas de 007, a de Craig possui uma escuridão ímpar, fundido a cenas de ação entusiasmantes, além de, claro, o clássico toque de elegância e sensualidade.

O que mais difere esta última produção das outras (que ele fez parte), é que aqui presenciamos um James Bond mais humanizado, no sentido de vê-lo como uma pessoa normal, que tenta seguir a vida na casa no meio do mato, pescando e até tomando banho com água natural. Mas mesmo com esta tentativa, os sintomas de assassino ainda o perseguem, já que fazem parte da sua natureza, como por exemplo, a arma presente na gaveta, a desconfiança de olhar para trás em um passeio com sua amada, entre outros. O romance estabelecido entre James e Madeleine (Léa Seydoux) também evidencia essa humanização, juntamente a uma grande surpresa que se eu escrever mais darei spoilers; estes elementos solidificam a exploração desta melancolia que é tão presente na despedida do ator.

Além disso, o filme apresenta um protagonista mais velho e de certa forma cansado. Determinados momentos até oferece um humor interessante e nada prejudicial, refiro-me quando Bond encontra sua substituta na MI6 – inclusive, a personagem de Lashana Lynch possui um toque de ironia e astúcia divertidos –, ou então quando a clássica apresentação "Bond. James Bond” é citada pelo fato do secretário não conhecer – ou fingir, que é o mais óbvio.

Mas a despedida de Craig ainda entrega de forma competente uma das principais propostas da obra: a ação. Como todo 007 protagonizado pelo mesmo, há uma ação eficaz e extremamente empolgante, e claro que neste não seria diferente. Cary Fukunaga (diretor) guia a câmera de uma forma orgânica que encaixa o espectador no meio do tiroteio sem deixá-lo confuso – me refiro principalmente à cena onde os capangas cercam Bond e Madeleine, e a movimentação e cortes nos deixam aflitos com a moça e impressionados com a calma do agente. Ainda mais, em seu ato final, presenciamos um plano sequência longo e brilhante, onde deixa ainda mais explícito a fatalidade e engenhosidade do protagonista em situações de puro risco.

Apesar de obter diversos momentos entusiasmantes, o longa apresenta uma queda de ritmo em seu segundo ato. Contudo, o roteiro se sustenta pela história, que desenrola camadas interessantes para a trama; novas descobertas que criam mais peso dramático e narrativo. Toda cena conduz o roteiro para frente, guiando para um ato final digno, e aqui vai um simples ensinamento sobre cinema e filme: toda cena deve fazer a obra avançar. Então que baita ponto positivo.

Agora, vi um nome na introdução – que tinha como música ‘No Time to Die’ com a belíssima voz de Billie Eilish – que me deixou ainda mais empolgado, no qual era: Hans Zimmer. Zimmer é um grande compositor de Hollywood e tem em seu currículo inúmeros filmes e composições sensacionais como ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas’, ‘Interestelar’, ‘O Espetacular Homem-Aranha 2’, ‘A Origem’, ‘O Homem de Aço’, entre outros. Mas acontece que é nítida a marca do alemão, principalmente no ato final onde ele mantém as cordas no clima de tensão, como costuma fazer nos filmes de Christopher Nolan. Além do mais, o músico não perde a essência clássica dos sopros que marcaram a franquia, trazendo um gosto nostálgico perfeito.

Ainda assim, é interessante notar o trabalho da direção de arte com Madeleine, necessariamente no seu figurino. O branco está sempre presente como cor principal, representando sua pureza e verdade que insiste em dizer para Bond.

Por fim, a despedida de Craig encerra sua saga com presença. Claro que haverá sempre inúmeras opiniões divergentes, mas não tem como negar que o ator deixou sua marca na história do agente mais conhecido do cinema; principalmente pelas cenas de ação, que são o grande forte de sua passagem.

Quase três horas de um entretenimento gostoso e empolgante. Está aí uma ótima sugestão para ir ao cinema.

Nota: 4/5 (ÓTIMO)









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