Inúmeras famílias se beneficiarão com a decisão, que tornará o medicamento mais acessível à população.
O canabidiol, conhecido popularmente como CBD, é uma
substância extraída da planta Cannabis, que atua no sistema nervoso central, e
apresenta alto potencial terapêutico para o tratamento de doenças psiquiátricas
ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de
Parkinson, epilepsia, dores crônicas e autismo, por exemplo.
A Cannabis Sativa é uma planta que contém aproximadamente 60
compostos farmacologicamente ativos, sendo o canabidiol um destes componentes,
que foi cientificamente identificado em 1963. Tem como característica não ser
psicoativo, ou seja, não causa alterações psicosensoriais, e tem baixa
toxicidade e alta tolerabilidade em seres humanos e animais.
Uma revisão de 25 estudos sobre a segurança e a eficácia da
CBD não identificou efeitos colaterais significativos em uma ampla gama de
doses, incluindo regimes de dose aguda e crônica, usando vários modos de
administração, fazendo dele um medicamento seguro, e amplamente utilizado no
mercado internacional.
Além disso, o canabidiol tem revelado outros benefícios e
propriedades farmacológicas, como ação analgésica e imunossupressora, ação no
tratamento de AVC, diabetes, náuseas, câncer e efeitos sobre os distúrbios de
ansiedade, do sono e do movimento, o que o torna uma substância com um grande
potencial terapêutico.
Na medicina veterinária os avanços também são grandes. O
Projeto de Lei 369/21 permite o uso veterinário de produtos derivados da
cannabis sativa. Segundo o texto, produtos com essas características poderão
ser ministrados em animais por seus proprietários ou tutores desde que haja
prescrição de médico veterinário habilitado, no tratamento de epilepsia, dores
crônicas, câncer e etc. Sendo que as regras para a utilização seguirão as
mesmas existentes para o uso humano.
No Brasil, a comercialização dos medicamentos à base de CBD
segue a passos lentos. Existem apenas dois laboratórios farmacêuticos
autorizados a vender os produtos, porém os preços praticados são na maioria das
vezes não acessíveis às famílias que precisam. Para tentar reduzir esse custo,
algumas famílias buscam empresas que intermediam a compra e fazem o processo de
importação direto para o paciente, porém a dificuldade nesses casos é o tempo
de entrega do medicamento e a burocracia.
Essas dificuldades para manutenção do tratamento, fizeram
com que a empresária Myrcieli Marconatto, uma das sócias do grupo Biomagistral
Farmacêutica, e mãe de uma criança com Síndrome de Down e espectro autista,
usuária do CBD, buscasse fabricantes do CDB isolado e ingressasse com um
processo judicial solicitando a autorização da Anvisa para importação e
manipulação do medicamento nas farmácias de manipulação do grupo Biomagistral.
"Surpreendentemente a decisão foi favorável, e hoje a Biomagistral Farmacêutica
é a primeira farmácia de manipulação autorizada a importar, manipular e
comercializar o CDB no Brasil. A vitória foi muito comemorada pela empresária:
"As características do espectro autista no meu filho sofreram grandes reduções
após o uso do CBD. Antes era impossível para nós frequentarmos ambientes
lotados, ou com música alta e ruídos excessivos. Ele não suportava e para
evitar o sofrimento dele, evitamos. A escola também era um ambiente que ele não
aceitava, e após o início da terapia com CBD, todas essas dificuldades
cessaram. É maravilhoso poder proporcionar hoje, não só para o meu filho, mas
também para famílias que dependem do uso no CBD uma opção não só mais barata,
como também mais rápida, segura e eficaz.”
Maiores informações: www.grupobiomagistral.com.br