Caminhoneiros fazem desde a manhã desta quarta-feira (8) paralisações em trechos de rodovias em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, segundo a Polícia Rodoviária Federal dos estados. No Estado de São Paulo, apenas manifestações esporádicas. Na BR-153, em José Bonifácio, a Polícia Rodoviária Federal reportou a presença de caminhões e máquinas agrícolas, mas sem bloqueio.
Em Santa Catarina, há bloqueio de caminhões em Garuva, Joinville, Mafra, Santa Cecília, Guaramirim e Campos Novos. No Espírito Santo, caminhoneiros fazem bloqueios em 8 cidades. No Paraná, há manifestações nas rodovias federais em Paranavaí e em Maringá. As mobilizações seguiram no período da tarde.
Em comunicado, o Ministério da Infraestutura diz que os prostestos "não se limita a demandas ligadas à categoria" e que não há coordenação de entidades do setor. A pasta afirma que já foram registrada 56 ocorrências com tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias nas últimas horas.
Fonte: Polícia Rodoviária Federal
Segundo a secretária-executiva de Dowstream do IBP, Valéria Lima, não houve até agora um problema maior, capaz de impactar o abastecimento de combustíveis. Os protestos não afetam, até o momento, o escoamento de produtos agrícolas como grãos, disse à Reuters a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), por meio da assessoria de imprensa.
A administração portuária de Paranaguá (PR) afirmou, após ser consultada por meio da assessoria de imprensa, que não há sinais de caminhoneiros atrapalhando o fluxo de cargas para o porto até o momento.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) está acompanhando os "bloqueios pontuais" juntamente com o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A categoria estava dividida quanto aos atos de raiz golpista do 7 de Setembro. Motoristas independentes decidiram aderir, mas sem o apoio formal de entidades. Líderes da categoria que costumam atuar em mobilizações não acreditam que possa ocorrer uma paralisação nesta semana, conforme informou o Painel S.A.
Para eles, as pautas defendidas nas manifestações não diziam respeito aos pleitos do grupo, por isso não houve incentivo à adesão.
O embate do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o STF (Supremo Tribunal Federal) tem apoio nesse grupo. Há três ações diretas de inconstitucionalidade propostas por ruralistas e por transportadoras que ainda não foram julgadas pela corte. Elas questionam a política nacional de piso mínimo, implementada por meio de lei durante o governo Michel Temer (MDB).