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O Esquadrão Suicida ( Com Spoilers )
Foto por: Divulgação
O Esquadrão Suicida ( Com Spoilers )

‘O Esquadrão Suicida’ traz humor, violência e ação na dose perfeita

Por: Miguel Flauzino
13/08/2021 às 09:03
Cultura e Diversão

Filme diverte o espectador do começo ao fim


Quando temos um lançamento de um filme do sub-gênero herói é natural compararmos as duas maiores criadoras destes universos: DC e Marvel. No mundo cinematográfico, a Marvel – financeiramente e popularmente – apresenta um resultado melhor que sua concorrente, principalmente pelo fato da organização e compartilhamento de universo. Todas suas produções dispõem de um padrão estilístico e narrativo.

Entretanto, este padrão traz certas desvantagens para a produtora, principalmente quando esta se mantém presa em uma fórmula que consequentemente enjoa o espectador; isto pelo simples fato de não haver mais inovação. Em contrapartida, eis aqui uma vantagem interessante da DC: ela se arrisca mais. Desde a trilogia de Nolan presenciamos uma visão mais sombria e sem medo de subir – ou descer, espero que entenda o trocadilho – a escada rolante sem as mãos. E em ‘O Esquadrão Suicida’ nota-se que a produtora não teme a classificação indicativa, compreendendo o produto que tem em mãos. Mas deixando de lado esta rivalidade chata e desnecessária – o que queremos é ver bons filmes –, que falemos da obra de James Gunn (diretor).

Em ‘O Esquadrão Suicida’ é clara a liberdade que a Warner ofereceu ao diretor (diferentemente da sua concorrente Disney, cof cof). Sangue, violência, gestos e zoeiras são mostrados sem pudor algum. E não se engane, isso é um belíssimo elogio, já que todos estes utensílios sempre adicionam algo na cena, ajudam a narrativa a avançar ou até mesmo evidenciam ainda mais determinada personalidade de certo personagem.

Falando em narrativa, os 132 minutos passam de forma rápida, já que o longa dispõe de um ritmo acelerado. Até mesmo os diálogos descartam o tédio, sempre apelando para bizarrices, piadas, revelações e, inclusive, momentos sentimentalistas, como o caso da pequena e emocionante história do pai de Ratcatcher (Daniela Melchior). É inteligente, em razão de todo contexto necessitar deste dinamismo rápido.

Ainda mais, como se trata de um filme que fala sobre uma equipe, Gunn é extremamente eficaz nesta execução. Todos personagens possuem uma essência peculiar, cujo favoritismo é discutido em nossas mentes pós sessão. Este favoritismo varia em dois elementos sensacionais: os pequenos momentos de protagonismo e o desenvolvimento individual. Arlequina (Margot Robbie) com suas loucuras; Sanguinário (Idris Elba) com sua seriedade e engraçada fobia de ratos; Pacificador (John Cena) com a cuequinha e jeito exibido; Ratcatcher com seu sono profundo e uma pitada de doçura; Tubarão-Rei (Sylvester Stallone) absurdamente único; Bolinha (David Dastmalchian) com seu poder esquisitaço e sua maravilhosa mãe; entre outros.

Nestas brincadeiras e momentos particulares, temos um resultado incrível. É tão divertido que me traz dúvidas até agora se devo conferir novamente no cinema ou não. O fato é que as piadas não soam forçadas, e estas variam entre falas, gestos e até mesmo o visual. O humor compreende perfeitamente seu timing, sem fazer com que haja uma quebra anticlímax para a cena – eu dei verdadeiras gargalhadas na sessão.

Só que nem sempre de humor vive a arte de James Gunn. De início parece que começamos a presenciar mais um americano exaltando seu país de uma maneira chata e forçada – principalmente nos primeiros minutos –, mas então somos surpreendidos no terceiro ato, quando na verdade a crítica é direcionada ao próprio governo estadunidense. E é fascinante perceber que o mais "patriota” – Pacificador – representa a hipocrisia americana quando diz que faz de tudo para trazer a paz, não importa quantos homens, mulheres e/ou crianças ele tenha que matar.

Em resumo, ‘O Esquadrão Suicida’ oferece uma experiência gostosa e divertida. Não diria que leve pelos membros decepados e quantidade de sangue – e isso não é problema, mas não leve uma criança, por favor.

Vale o ingresso, mas não sua vida. Fiquemos atentos ainda quanto ao coronavírus.

OBS: este filme tem um gostinho especial para mim, já que depois de um ano e meio pude voltar às confortáveis e gostosas salas escuras – juntamente a uma companhia especial.

Nota: 4/5 (ÓTIMO)









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