Decreto também obriga os postos a informar os descontos vinculados ao uso de aplicativos de fidelização. Nesse caso, deverá ser divulgado o preço real, de forma destacada; o preço promocional, vinculado ao uso do aplicativo; e o valor do desconto, que poderá ser pelo valor real ou percentual. No caso de aplicativos que fazem a devolução de dinheiro ao consumidor, o valor e a forma da devolução deverão ser informados de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível aos consumidores
O Procon de Rio Preto chamou reunião com representantes das
redes de postos de combustíveis do município para reunião na próxima
quinta-feira, dia 20. Será um encontro híbrido (presencial e virtual) para
discutir a recente alta no preço do etanol, que pegou os consumidores de
surpresa.
O diretor Jean Dornelas explica que o Procon vai debater o sistema de
precificação e esclarecer os empresários do setor sobre a aplicação do novo
decreto federal em âmbito local. Essa legislação dá novas diretrizes para
reajustes. O encontro será às 15h presencialmente, na sede do órgão, e pela
internet. "A iniciativa visa também dar uma resposta aos consumidores diante
dos recentes aumentos”, afirma.
Ele não deu detalhes sobre o decreto. Em fevereiro, no
entanto, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que obriga os postos
revendedores a informar aos consumidores os preços reais e promocionais dos
combustíveis. A medida foi publicada em 23 de fevereiro e entrou em vigor no
final de março. "Os consumidores têm o direito de receber informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e legíveis sobre os preços dos combustíveis
automotivos no território nacional”, diz o decreto.
De acordo com o documento, as informações sobre as estimativas de tributos
devem estar em painel afixado em local visível e deverá conter o valor médio
regional no produtor ou no importador; o preço de referência para o ICMS, que é
um imposto estadual que incide sobre mercadorias e serviços, inclusive
combustíveis; o valor do ICMS; o valor das contribuições para o PIS/Pasep e da
Cofins, que são impostos federais incidentes sobre os combustíveis; e o valor
da Cide, outra contribuição federal sobre a importação e a comercialização de
petróleo, gás natural, derivados e álcool etílico combustível.
O decreto também obriga os postos a informar os descontos vinculados ao uso de
aplicativos de fidelização. Nesse caso, deverá ser divulgado o preço real, de
forma destacada; o preço promocional, vinculado ao uso do aplicativo; e o valor
do desconto, que poderá ser pelo valor real ou percentual. No caso de aplicativos
que fazem a devolução de dinheiro ao consumidor, o valor e a forma da devolução
deverão ser informados de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível
aos consumidores.
Disparada
Reportagem do DL News mostrou que nos últimos dias dezenas de postos aumentaram o combustível, para muito acima dos R$ 4. Postos ao longo
das avenidas Bady Bassitt, Philadelpho, JK e José Munia, além de
estabelecimentos em grande parte da Região Norte, estão cobrando até R$ 4,35
pelo litro do álcool, R$ 5,47 na gasolina e R$ 4,49 no diesel. A situação permanece a mesma neste início de semana.
Em outra investida para segurar o preço dos combustíveis,
em documento enviado ao Ministério de Minas e Energia (MME) a Federação
Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis)
sugeriu a intervenção do governo a fim de reduzir, temporariamente, o
percentual da mistura de etanol anidro à gasolina para 18%.
Segundo o portal Nova Cana, a argumentação, que se baseia na lei nº 8.723/9,
aponta que esta flexibilidade é possível, já que a variação da mistura pode
ficar entre 18% e 27,5% – esta última é a porcentagem atual. A justificativa
para o pedido é o impacto da baixa oferta de ambos os etanóis e da elevação do
custo do anidro na composição de preços da gasolina. O documento ainda afirma
que, conforme relatos de distribuidoras regionais e vários revendedores, a
escassez de anidro já estaria dificultando o fornecimento do combustível
fóssil, o que gerou racionamento na entrega para os postos.
No caso da gasolina, o acréscimo foi de 40,33% entre o
início do ano e o dia 12 de maio. Já o etanol, segundo dados do Centro de
Estudos avançados em Economia Aplicada (Cepea) até o dia 7 de maio de
2021, teve aumento de 42,97% no caso do hidratado – que também estaria em falta
em algumas distribuidoras – e de 37,54% no do anidro.