Organização Repórteres Sem fronteiras destinou recursos para editor José Antonio Arantes instalar câmeras de monitoramento na sede da empresa e vem acompanhando o caso do incêndio criminoso; bombeiro civil aposentado é investigado como autor do crime
O escritório do Brasil da organização internacional
Repórteres Sem Fronteiras destinou 650 euros, cerca de R$ 3.800, ao jornalista
e editor do jornal Folha da Região, de Olímpia, José Antônio Arantes, como
apoio para que ele pudesse bancar os custos com a instalação de câmeras de
segurança em sua residência, imóvel onde também funciona a redação do jornal e
o estúdio da rádio Cidade.
A decisão tem a ver com o incêndio criminoso que destruiu
parte da sede da empresa em março e ganhou repercussão internacional. Segundo Arantes,
o jornalista Artur Romeu, do escritório da RSF para a América Latina no Rio de
Janeiro, entrou em contato após o atentado terrorista do dia 17 de março.
Um bombeiro municipal identificado como Cláudio Baia é
investigado. Ele foi flagrado por câmeras da vizinhança e acabou admitindo na
polícia ter colocado fogo nas portas da redação desta Folha e da residência do
jornalista, por discordar da linha editorial da empresa – que defende a ciência
e o isolamento social contra a Covid.
O representante do Repórteres Sem Fronteira vem
acompanhando o caso, em contato permanente com o editor da Folha desde então, e
se colocou à disposição para colaborar não apenas na orientação e no trabalho
de acompanhamento do caso, mas também financeiramente. O RSF conseguiu a
colaboração dos jornalistas do escritório da ONG da França.
O jornalista olimpiense publicou na edição impressa desta
semana da Folha da Região que também vem recebendo o apoio em outras áreas como
orientações de segurança e de como proceder diante dos fatos, de outras
organizações internacionais especializadas na proteção de jornalistas em
situação de risco.
Investigado como autor de incêndio, o bombeiro civil
aposentado deverá ser proibido de se aproximar a menos de 50 metros do
jornalista José Antonio Arantes e da família dele, e da sede do jornal e da
residência das vítimas. A medida protetiva é a solicitação do Ministério
Público de Olímpia, a ser analisada pela Justiça. O pedido incluiu a proibição
do investigado de sair de cada durante a noite.