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Médico conseguiu HC de Gilmar Mendes, mas voltou a ser preso
Foto por: Divulgação
Médico conseguiu HC de Gilmar Mendes, mas voltou a ser preso

Suspeito de desvio milionário em Araçatuba, médico é transferido para o CDP de Rio Preto

Por: Da Redação
04/05/2021 às 17:15
Polícia

No total o Ministério Público denunciou 48 pessoas


Apontado como líder de uma suposta organização criminosa acusada de desviar R$ 500 milhões de verbas da saúde, o médico Cleudson Garcia Montali, 46 anos, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto. Ele foi preso por volta das 12h30 de domingo (2) na casa do sogro em Clementina, a 44 quilômetros de Araçatuba.

O médico estava preso no Centro de Ressocialização de Araçatuba e havia sido solto no dia 16 de abril com base em uma decisão assinada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que concedeu a prisão domiciliar. No pedido de habeas corpus, o advogado Marcos Aparecido Dona, de Birigui, alegava problemas de saúde. 

No entanto, investigação da Polícia Civil após cumprimento de dois mandados de busca e apreensão na residência de dois médicos em Birigui, além da respectiva clínica e laboratório de exames, foi concluído que o laudo apresentado para a Justiça, sobre o estado de saúde de Cleudson, era falso. Um dos médicos afirmou que a assinatura que constava no documento não era a dele.

Montali foi preso no domingo na casa do sogro dele, em Clementina, por policiais civis do GOE (Grupo de Operações Especiais), DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) da Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais) de Araçatuba.

De Clementina ele foi levado para a CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Araçatuba e depois encaminhado à cadeia de Penápolis, ainda no domingo, onde pernoitou. Na manhã desta segunda-feira foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto.

Durante o cumprimento dos dois mandados (busca e apreensão e prisão preventiva) os policiais apreenderam quatro telefones celulares, vários documentos e uma agenda da Santa Casa Saúde com diversas anotações.

A OPERAÇÃO
A "Operação Raio-X” foi deflagrada no dia 29 de setembro do ano passado pela Polícia Civil (Deinter-10/Deic/Secocold) e o Ministério Público do Estado de São Paulo (Gaeco), visando desmantelar grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais.

A investigação, que conta com inquéritos policiais instaurados junto às comarcas de Penápolis e Birigui, teve a duração de aproximadamente dois anos, período em que foi desvendado, segundo o MP, um gigantesco e sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e o desvio de milhões de reais em prejuízo da saúde.

As prisões e as buscas aconteceram em dezenas de municípios do Estado de São Paulo e em municípios dos Estados do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Para o cumprimento dos mandados foram convocados 520 policiais civis, 130 viaturas policiais e 02 helicóptero da Policia Civil. Por parte do MPSP, 30 Promotores de Justiça e 10 Agentes de Promotoria também participaram da operação. Também cooperaram 200 policiais civis de outros estados e a Polícia Federal no estado do Pará.

Conforme o Ministério Público, a organização era liderada pelo médico Cleudson Garcia Montali, que por meio de suas organizações sociais (Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu), celebrou contratos de gestão mediante licitações fraudulentas com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios e desviou parte do dinheiro repassado por força do contrato de gestão às OSs. O grupo, que tinha a participação de políticos, teria desviado R$ 500 milhões que deveriam ter sido investidos em hospitais e no tratamento da Covid-19.

Durante a operação, 53 pessoas foram presas, entre elas, o então Secretário de Saúde de Penápolis, Wilson Carlos Braz, o vereador a época, de Birigui, José Roberto Merino Garcia, conhecido como Paquinha, a ex-diretora do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba, Liége Tada Batagim dos Santos, que já não fazia mais parte do quadro da prefeitura e estava trabalhando para o grupo investigado, e o próprio médico Cleudson Garcia Montalli. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na prefeitura de Penápolis e na Santa Casa de Birigui. No total o Ministério Público denunciou 48 pessoas.

(Colaborou Folha da Região, de Araçatuba)







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