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O médico Jorge Fares, diretor-executivo da Funfarme, mostra a Coronavac
Foto por: Divulgação
O médico Jorge Fares, diretor-executivo da Funfarme, mostra a Coronavac

Sem Coronavac para todos, direção da Funfarme enfrenta ’guerra interna’ por vacina

Por: Maria Elena Covre
21/01/2021 às 16:38
Bastidores

Critério é priorizar os 3,5 mil funcionários que estão na linha de frente do atendimento à Covid, mas até mesmo profissionais que se licenciaram, como médicos, pressionam para furar fila


Fura fila 1
Passado o oba-oba político da chegada de 7 mil doses da Coronavac à Funfarme na terça-feira (19), a direção da instituição, que abarca Hospital de Base (HB, Hospital da Criança e Maternidade (HCM) e Faculdade de Medicina (Famerp), está às voltas com uma verdadeira "guerra civil interna" pela vacina. 

Fula fila 2
Médicos e demais funcionários que, pelos critérios adotados, não se enquadram nos chamados grupos prioritários, decidiram partir para a pressão. Há relatos de nomes VIPS que teriam apelado até mesmo ao "sabe com quem você está falando?”  junto aos coordenadores do trabalho de vacinação na tentativa de furar a fila. 

Questão de números 
A disputa ocorre porque o volume disponibilizado para o complexo é suficiente para imunizar 3,5 mil funcionários (duas doses para cada um, somando 7 mil). Somente os dois hospitais (HB e HCM) totalizam 7 mil funcionários diretos. Com o pessoal da Famerp, esse universo chega a quase 10 mil. 

Questão de justiça
A Funfarme criou uma comissão para estabelecer os critérios e formular a lista com os 3,5 mil nomes, priorizando o pessoal que atua diretamente no atendimento dos doentes à Covid. Isso vale tanto para o médico intensivista quanto para a faxineira que trabalha nos setores de isolamento. 

Tamanho da encrenca
O caso de alguns médicos que tentam furar a fila, por exemplo, ilustra bem o tamanho da bomba que o médico Jorge Fares, que ainda não tomou a vacina, tem sido obrigado a desarmar o tempo todo. São profissionais com mais de 65 anos de idade, que estão afastados desde o início da pandemia, mas que defendem seus direitos à imunização antes dos colegas mais jovens, mas que estão nas trincheiras contra o vírus. Alguns "caciques" chegaram a dizer alto e em bom som nos corredores da instituição que "linha de frente" não é critério justo, porque médicos jovens correm pouco risco de desenvolver o nível grave da doença". 

Climão 
A questão é que muitos destes médicos se afastaram do atendimento no complexo hospitalar ou nas salas de aula da Faculdade de Medicina, mas não deixaram de atender em seus consultórios particulares. "Mas é importante ressaltar que não se trata apenas de médicos, vários outros profissionais estão tentando carteirar ou comprar briga ostensiva mesmo. O clima está tenso”, afirmou uma fonte do DLNews. 

De todo lado 
Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Hospital de Base confirmou que "estão acontecendo alguns questionamentos por parte de alguns profissionais de todas as áreas”. No entanto, garantiu que a direção da Funfarme tem sido firme na manutenção dos critérios adotados pela comissão interna, que são baseados nos planos nacional e estadual de vacinação: independentemente da idade ou qualquer outra credencial, "a prioridade é de quem atua na linha de frente do enfrentamento à Covid”. 

Nota oficial 
Em nota, a instituição completou: "A Funfarme/Famerp está vacinando neste momento somente os profissionais que atuam nas unidades de atendimento e tratamento de pacientes da Covid-19.Comitê instituído pela Funfarme/Famerp estuda os critérios de prioridade que definirão os funcionários que serão vacinados, depois dos que atuam na unidades de atendimento aos pacientes da Covid-19.”







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