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Integrantes do mandado coletivo que deverá assumir um mês ao ano
Foto por: Divulgação
Integrantes do mandado coletivo que deverá assumir um mês ao ano

Com participação especial, mandato coletivo promete turbinar representação feminina na Câmara

Por: Maria Elena Covre
18/11/2020 às 16:00
Política

Pelo projeto do Psol, João Paulo Rillo se licenciará um mês a cada ano e quarteto feminista, que pegou suplência, assumirá


Se oficialmente a Câmara de Rio Preto perdeu representatividade feminina, reduzindo de três para duas as cadeiras ocupadas por mulheres, uma novidade gestada dentro dos movimentos feministas e LBGTQ+ no Brasil inteiro se fará presente no legislativo local também, ainda que, por enquanto, em dosagem reduzida. 

Formada pelas jovens Jéssica Daiana de Oliveira, Priscilla Bernardes Aires Pedrosa, Luciene Franciele Falsoni (Fran) e Bruna Giorjiani de Arruda, a candidatura coletiva lançada pelo Psol saiu das urnas com 2.696 votos e pegou a suplência de João Paulo Rillo. 

Mas, devido a um projeto de partido, o titular, no caso João Paulo Rillo, se licenciará durante um mês todo ano para que elas assumam a vereança e coloquem em prática os projetos defendidos em campanha. 

Jéssica, que foi o nome registrado nas urnas, uma vez que a lei ainda não contempla candidaturas coletivas, conta que a ideia surgiu em Rio Preto dentro dos movimentos feministas nos quais as quatro militam. "A gente entendia que teria mais força como uma candidatura coletiva. Nenhuma queria pleitear a Câmara de forma isolada”, explica. 

Historiadora e psicóloga, ela afirma que a escolha de seu nome foi orgânica, uma vez que, aos 33 anos, tem militância na cidade desde os 17 anos. Mãe solo, a mulher parece ter avatar, tamanha a quantidade de atividades que abraça. Veja perfis das quatro abaixo. 
O grupo ainda não sentou para planejar como vai estrear na Casa, mas afirma que o eixo do mandato no mês que estarão na ativa será "a luta pelos direitos das mulheres”. 

"Queremos lutar por Delegacia de Direitos das Mulheres 24 horas e também por uma rede de proteção mais efetiva para as vítimas de violência de qualquer natureza”, afirma.

Elas entendem também que a iniciativa permitirá visibilidade para um grupo de mulheres, como aconteceu com o mandato coletivo na Assembleia Legislativa de São Paulo, com repercussão nas próximas eleições. Na Capital, Érika Hilton saiu das urnas como a primeira mulher trans e negra eleita vereadora depois de integrar coletivo no legislativo paulista. 

"É um conceito de construção partidária. Isso foi proposto antes mesmo de eu decidir ser candidato a vereador. É uma possibilidade de oxigenação, de fortalecimento de liderança trabalhado no Psol", diz João Paulo Rillo. 

Conheça um pouco das mulheres que vão, uma vez por mês, nos próximos quatro anos, exercer o mandato coletivo na Câmara de Rio Preto. 



Jéssica 33 anos. Estudou em Londrina onde se formou historiadora pela UEL  (Universidade Estadual de Londrina). Lá também se envolveu com o movimento estudantil. Foi mãe solo aos 21 anos em 2008, enquanto ainda cursava a faculdade. Em 2010 iniciou sua segunda graduação, em psicologia, dessa vez em Rio Preto, e fez especialização em psicodrama. Em 2011 participou ativamente do movimento #VergonhaRioPreto. Em 2013 foi uma das lideranças do movimento que ocupou a Câmara Municipal. É integrante do Conselho Regional de Psicologia e diretora do Sindicato dos Professores da Rede Privada – Sinpro. Foi fundadora e coordenadora do Cursinho Popular Carolina Maria de Jesus, que atua na periferia de Rio Preto há 4 anos, dando aulas gratuitas de pré-vestibular. Foi fundadora e coordenadora do projeto "Eu sou por que nós somos", coletivo de psicólogos que surgiu durante a quarentena em 2020 para atender de forma gratuita pessoas que não podem pagar por terapia. Atuou no Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro de 2013 a 2018. Filiada ao Psol e militante no Coletivo Feminista Juntas! 



Priscilla, 32 anos. Nascida na periferia de São Paulo, perdeu sua mãe aos 14 anos e foi criada pelo pai cadeirante. É formada em assistência social pela Uninove e está concluindo pedagogia pela Unesp. Veio para Rio Preto em 2014 para estudar e acompanhar o então marido. Foi liderança no movimento estudantil da Unesp, tendo sido presidente do Centro Acadêmico da Unesp (DAF), e liderado duas greves estudantis. Separou-se em 2017 e em 2018 foi fundadora do Coletivo Feminista Juntas! Em 2019, elegeu-se conselheira tutelar. É filiada ao Psol. 



Fran, 37 anos. Nascida e criada em Catanduva, cursou design gráfico na UEL (Universidade de Londrina). Trabalhou durante 6 anos como ilustradora e diagramadora de livros didáticos, onde se aproximou da pauta educação. Conheceu o feminismo e ajudou a fundar o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em Catanduva em 2013. Em 2014 se mudou para Rio Preto, onde se filiou ao Psol e foi dirigente do partido. Também liderou as principais manifestações feministas da cidade desde então:pela educação; contra o PL 5069 e o "Fora Cunha”. Foi uma das organizadoras da ocupação municipal contra a destruição da Praça Cívica. Também organizou atos contra a cultura do estupro. Foi fundadora do Coletivo Feminista Juntas! em 2018 e atualmente é uma das dirigentes do coletivo. 



Bruna, 35 anos. Fez parte de grêmio estudantil e da Umes na adolescência. Cursou sociologia em Rio Preto (Faceres),onde fez parte do movimento estudantil e deu aula na Fundação Casa de Mirassol em seu último ano de faculdade: 2007. Desde então, dá aulas na rede estadual. Em 2011, participou do nascimento do movimento #VergonhaRioPreto e, desde 2014, milita no Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro. Também fez parte do PCB por um período. Hoje não tem filiação partidária. Em 2014 Bruna ganhou projeção nacional na mídia, indo parar até no Fantástico, ao ser impedida de assumir cargo público de professora, mesmo tendo sido aprovada em concurso público regular.  O Estado, à época, alegou que ela estava doente e, portanto, inapta para o cargo, pois era obesa mórbida. "Frente tal injustiça, consegui projetar minha voz nacional e internacionalmente, alertando para a gordofobia e suas implicações na vida sentimental e material das pessoas gordas. Sigo ainda nesta luta, estudando o tema de maneira mais aprofundada, sendo referência sobre o assunto”, diz ela. Atualmente atua como docente em uma escola integral na cidade de Mirassol e, também, como docente no ensino superior, na Faculdade Unilago, em Rio Preto.







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