Este site usa cookies para garantir que vocテェ obtenha a melhor experiテェncia.

サソ

Dizer quem foi Alice Guy, a primeira das cineastas, justifica filme narcisista

Por: FOLHAPRESS - INテ,IO ARAUJO
30/10/2020 テs 12:30
Famosos

Sテグ PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alice Guy, ou Alice Guy-Blachテゥ テゥ, ainda hoje, a mais antiga e ilustre desconhecida da histテウria do cinema. Quem a apresenta テゥ o docu...


Sテグ PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alice Guy, ou Alice Guy-Blachテゥ テゥ, ainda hoje, a mais antiga e ilustre desconhecida da histテウria do cinema. Quem a apresenta テゥ o documentテ。rio de Pamela B. Green, "Alice Guy-Blachテゥ - A Histテウria Nテ」o Contada da Primeira Cineasta do Mundo".
O documentテ。rio tem lテ。 seus problemas. O carテ。ter midiテ。tico (a mania de trazer personalidades hollywoodianas com cara de surpresa dizendo "quem テゥ, nunca ouvi falar" etc.) テゥ um deles. Outro テゥ a autorreferテェncia frequente. Parece atテゥ que, nテ」o fosse este filme, Alice Guy nunca teria nenhum reconhecimento, quando desde os anos de 1970 hテ。 especialistas (mulheres, na verdade) que pesquisam sua vida e trazem テ luz sua obra.
Passemos pelo traテァo narcisテュstico. O que hテ。 dentro dele テゥ fundamental. Alice Guy foi a primeira cineasta da Gaumont. Aliテ。s, foi por insistテェncia de sua atテゥ entテ」o secretテ。ria-estenテウgrafa que Leon Gaumont aceitou entrar para o ramo das filmagens.
Atテゥ que ponto o fato de ela ser mulher pesou na ignorテ「ncia de seu trabalho? Pesou, certamente. Assim, vテ。rios de seus filmes seus foram creditados a Louis Feuillade, por exemplo. Feuillade foi um grande cineasta, nテ」o hテ。 dテコvida, mas foi com Alice Guy que deu seus primeiros passos no cinema. Pesou tambテゥm o fato de que nテ」o se dava importテ「ncia ao cinema naquele tempo, que os filmes nem ao menos eram assinados, que sua produテァテ」o se perdeu em grande medida etc.
Existe ainda o acaso. Leon Gaumont, ela prテウpria conta, se preparava para lanテァar uma histテウria da companhia, na qual daria pleno crテゥdito ao trabalho realizado pela amiga em sua empresa entre o fim do sテゥculo 19 e o comeテァo do sテゥculo 20. Mas Gaumont morreu, os originais desapareceram, e o trabalho de Guy continuou na sombra.
Houve reconhecimentos esparsos, pela FIAF, a Federaテァテ」o Internacional de Arquivos Fテュlmicos, fotos com Henri Langlois, o fundador da Cinemateca Francesa etc. Mas uma aura de desconfianテァa, mesmo nesses locais, parece acompanhar a presenテァa de Alice Guy.
テ parte tudo isso, no entanto, a razテ」o central de Guy ter ficado tanto tempo nas sombras, ela, uma das primeiras a descobrir o paテュs das maravilhas cinematogrテ。ficas, talvez esteja em outra parte. テ que sua obra de certa maneira obriga a recontar toda a histテウria dos primテウrdios do cinema, que atテゥ entテ」o se assentava na dupla Lumiティre (o real) ou Mテゥliティs (o sonho). Alice traz algo como um sonho real, o real narrado テ histテウria de um cinema atテゥ entテ」o baseado nas atraテァテオes.
Sua importテ「ncia e seu interesse estテ。 longe de se restringir ao fato de ser "a primeira mulher". Mas ela trouxe ao cinema, テゥ verdade, certa sensibilidade feminina. Sテウ como exemplo, pensemos na deliciosa comテゥdia ("Madame A des Dテゥsirs") sobre uma grテ。vida e seus desejos nos horテ。rios e nas situaテァテオes menos adequadas.
Alice Guy jテ。 era cineasta feita quando decidiu casar (com o senhor Blachテゥ, britテ「nico apesar do nome) e mudar para os Estados Unidos, onde juntos fundaram a Solax. Blachテゥ foi mais um peso do que outra coisa nos negテウcios de Guy, e os filmes que ele fez nテ」o tテェm, ao que parece, nenhuma importテ「ncia.
Jテ。 Guy acompanhou a evoluテァテ」o do cinema americano atテゥ que, por volta de 1920 dois fenテエmenos complementares arruinaram de vez sua carreira -a expulsテ」o das mulheres da atividade cinematogrテ。fica (como diretoras, sobretudo) e o incテェndio do estテコdio Solax.
Existe um terceiro fator. O cinema comeテァava a se tornar uma grande indテコstria, e esse momento coincide com a expulsテ」o das mulheres do negテウcio. Fenテエmeno nunca explicado claramente, mas verificテ。vel empiricamente.
A tudo isso se soma o divテウrcio; em resumo, Alice Guy voltou com as filhas para a Franテァa e nunca mais filmou. De todo modo, o restauro de seus filmes para a Solax dテ。 conta de uma cineasta atenta テ evoluテァテ」o de sua arte, passando ao uso do sistema de montagem criado por Griffith com total desenvoltura.
Se tem problemas aqui e ali, o trabalho de Pamela B. Green merece crテゥdito pelo estoicismo com que procura parentes de Alice Guy, documentos a respeito dela e mesmo nos traz uma entrevista feita pelo historiador Victor Bachy, seu vizinho em Bruxelas e o primeiro a redescobrir seu trabalho.
Alテゥm disso, o documentテ。rio nos introduz テ importテ「ncia e aos mテゥtodos da preservaテァテ」o e recuperaテァテ」o de filmes antigos (nテ」o esquecer: a Cinemateca Brasileira, ocupada sob mテ」o armada pelo governo Bolsonaro, continua fechada, e com seu acervo em perigo de degradaテァテ」o).
Descobrir Alice Guy (ou Alice Guy-Blachテゥ) テゥ uma maneira agradテ。vel de revisitar o primeiro cinema, conhecer uma de suas inventoras, entrar em contato com a obra de uma cineasta talentosa como poucos e, para quem preferir, atテゥ mesmo de questionar a histテウria do cinema como foi tantas vezes contada.

ALICE GUY-BLACHテ: A HISTテ迭IA Nテグ CONTADA DA PRIMEIRA CINEASTA DO MUNDO
Direテァテ」o Pamela B. Green
Gテェnero Documentテ。rio
Duraテァテ」o 120 minutos
Quando A partir de 29 de outubro
Onde Cinemas
Preテァo 12 anos
Avaliaテァテ」o Muito Bom

Publicado em Fri, 30 Oct 2020 12:25:00 -0300





サソ

Anunciar no Portal DLNews

Seu contato テゥ muito importante para nテウs! Assim que recebemos seus dados cadastrais entraremos em contato o mais rテ。pido possテュvel!