Análise DLNews: Em tempos de polarização, eleitorado recusa "carona" para candidatos

Foto por: Divulgação

Filipe Marchesoni em atividade de campanha

Análise DLNews: Em tempos de polarização, eleitorado recusa "carona" para candidatos

Por: Maria Elena Covre e Fabrício Carareto

29/10/2020 às 18:41

Política

Basta olhar nas ruas para ver que os adesivaços dos prefeituráveis de Rio Preto não estão surtindo resultado como em eleições passadas

Melhor não 1

Candidatos como Edinho Araújo (MDB), Coronel Helena (Republicanos) e Filipe Marchesoni (Novo) investiram logo nas primeiras semanas de campanha nos adesivaços. Logo na sequência, outros postulantes à Prefeitura de Rio Preto e também o pessoal que está de olho numa cadeira na Câmara também apostaram na tentativa de fidelização do eleitor. Mas basta um olhar atento no trânsito para ver que os frutos dessa estratégia não estão circulando pelas ruas da cidade com a mesma intensidade como ocorria até as eleições de 2016, por exemplo.

Melhor não 2

Os adesivões eram tão presentes nos para-brisas traseiros que serviam de parâmetro nas bolsas de apostas dos possíveis eleitos. Candidatos à vereança dizem ter ainda mais dificuldades. São tantos candidatos que as pessoas não querem comprar briga com um amigo, familiar ou conhecido, segundo postulantes ouvidos pelo DLNews. "Mas você não vai colocar meu nome aí, né? Porque vão dizer que estou sem moral com o eleitor”, diz um veterano vereador de Rio Preto que tenta a reeleição.

Mundo agressivo

E se está difícil convencer o eleitor rio-pretense a assumir seu candidato publicamente com adesivos nos carros ou plaquinhas nas casas, levar uma liderança que não seja do meio político (os cabos eleitorais de luxo) para os programas de televisão virou missão quase impossível. "O mundo está em turbulência e muito agressivo”, justifica um empresário que decidiu assumir uma postura mais reservada nestas eleições.

O não ele já tem...

Paulo Bassan dará um tempo na campanha em Rio Preto. O candidato do PRTB parte nos próximos dias para Brasília. Vai tentar um vídeo de apoio do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, seu correligionário. Já que estará por lá, não custa tentar outros depoimentos de bolsonaristas, né? E até, quem sabe, num golpe de sorte, ele pega seu ídolo Jair Bolsonaro de bom humor. Vai que...

Bastarda 1

O novo terminal rodoviário de Rio Preto, batizado como Valdomiro Lopes da Silva, nem de longe figura entre as meninas dos olhos do prefeito Edinho Araújo, que inaugurou a obra herdada do antecessor. Talvez por isso tenha sido ignorada até agora na propaganda eleitoral do emedebista, pautada pelas grandes realizações do governo.

Bastarda 2

Consta que o prefeiturável Marco Casale (PSL), pupilo de Valdomiro Lopes, o Júnior, já pensa em adotar a renegada "filha adotiva” de Edinho em seu espaço.

Fez água

O pacto de não-agressão entre "helenistas” e "casalistas” parece que fez água mesmo. Depois do estranhamento entre os coordenadores das duas campanhas, a briga chegou a grupos de Whatsapp nos quais eles ainda conviviam em relativa harmonia. Nos últimos dias, apoiadores de cada lado levaram as desavenças para fora do universo digital. E até Terezinha Pachá (PSB), a vice do peselista, teria entrado na "pancadaria” verbal.

Da Suíça à Venezuela

A reta final da propaganda eleitoral deverá reforçar os contrastes na televisão. Enquanto Edinho se dedica à "Rio Preto suíça”, Coronel Helena pretende mergulhar na "Rio Preto venezuelana”. "Para falar de solução, tem de falar de problema, não tem jeito”, diz Diego Polachini, coordenador da campanha da republicana sobre críticas de que a candidata bate demais. "Com um minuto de televisão você quer o quê, que a gente elogie Edinho?”.

Olho no olho

Marco Rillo, do Psol, diz que pretende manter a mesma linha de campanha. Seguir apresentando propostas concretas, falando sobre a vida real das pessoas. "Nossa tática é falar a verdade. É olhar no olho e assumir compromisso”, diz sua assessoria de campanha.

Passa a régua

Já Edinho seguirá apostando na vocação demonstrada pelo eleitorado de Rio Preto nos dois últimos pleitos municipais de encurtar as eleições, pondo ponto final no primeiro turno, dia 15 de novembro.