O Grupo Moreno entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (18) no fórum de São Simão (SP). O grupo atua no setor sucroalcooleiro e conta três unidades: a sede principal, em Luiz Antônio (região de Ribeirão Preto), Monte Aprazível e Planalto (estas duas na região de Rio Preto).
O valor da recuperação, segundo a petição inicial, é de R$ 1,5 bilhão. O grupo, fundado nos anos 1970, passa por problemas financeiros e, segundo os advogados, os maiores percalços ocorreram no começo desta década, aliada à crise do setor.
Segundo o texto, o governo brasileiro teria adotado políticas que desfavoreceram o setor, como a defasagem e o controle dos preços da gasolina, além da queda do preço do petróleo no período, além do crescimento da produção de açúcar na Europa e Ásia e dos problemas climáticos que ocasionaram em queda na produção.
Além dos problemas relacionados à produção, há também as dívidas com instituições bancárias. A maior parte da dívida das empresas administradas pelo grupo é justamente com instituições bancárias e, embora negociações tenham acontecido, foram consideradas infrutíferas.
"Desde o início de 2015 o Grupo Moreno não tem acesso a financiamentos bancários a um custo razoável. À época, tentou-se reestruturar o passivo junto às instituições financeiras, que perfaz mais da metade do total do endividamento do grupo. Infelizmente, o acordo parcial que se chegou com alguns dos bancos não foi suficiente para equacionar o passivo dos requerentes”, afirma o texto, assinado pelos advogados do escritório Felsberg, em São Paulo.
Região
O Grupo Moreno se divide em três frentes: a Central Energética Moreno Açúcar E Álcool Ltda. - sede - em Luiz Antônio, a Central Energética Moreno Monte Aprazível Açúcar E Álcool Ltda. - que tem a maior capacidade de produção do grupo -, e a Coplasa Açúcar e Álcool Ltda., em Planalto. As três estruturas, juntas, têm capacidade de moagem de 13 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.