Para cientista político, faltam lideranças que inspirem os jovens
Apenas 59 adolescentes de 16 anos tiraram o título de eleitor em Rio Preto. Segundo estatísticas do eleitorado por sexo e faixa etária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do total de eleitores dessa idade, 34 são do sexo masculino e 25 do sexo feminino.
Já entre os adolescentes de 17 anos, 488 decidiram votar. Destes, 242 são do sexo masculino e 246 do sexo feminino. No Estado de São Paulo são 11,8 mil adolescentes de 16 anos que tiraram o título de eleitor e 89,7 mil de 17 anos. As estatísticas divulgadas correspondem ao mês de agosto de 2020.
A população de 15 a 19 anos no
município de Rio Preto é de 27,2 mil pessoas, segundo dados da Prefeitura.
Para o cientista político Araré
Carvalho, a redução do número de jovens, a pandemia e a desilusão com a política
tradicional podem ser fatores que influenciaram a baixa de adolescentes
disponíveis ao voto.
"Eu acho que tem a ver um pouco com a população que está envelhecendo, a pandemia também deve ter atrapalhado porque o título de eleitor podia ser tirado só até maio e é óbvio que um pouco da desilusão com a política tradicional. Teve uma pauta de corrupção que parte da juventude abraçou, mas eles não se sentem representados pelo conservadorismo brasileiro", afirma.
Ainda segundo Araré, o sistema partidário para esses jovens é um pouco
ultrapassado, porque eles nasceram em uma democracia e não entendem a
importância desse sistema partidário. "Também falta uma liderança de jovem que
sirva de inspiração para eles, nossos quadros se renovam muito pouco”, diz.
Redes sociais
"A gente vê sim esse engajamento
dos jovens nas redes sociais, mas acho que tem mais a ver com o que a internet
aflora de arrumar uma ‘treta’ e confusão do que entrar de cabeça na política
mesmo”, explica.
Educação Política
"Rio Preto, apesar de ser muito
desenvolvida, peca muito na educação política. Seja no espaço privado ou
público, em uma câmara. É um absurdo não ter isso em uma cidade como a nossa”, afirma.
‘Grande responsabilidade’
A jogadora de vôlei Karolina
Cotrim, de 17 anos, preferiu não tirar o título de eleitor ainda. Para a jovem,
o atual momento político a desmotiva a votar.
"Não tirei porque acho que é uma
grande responsabilidade o voto, e eu não me sinto pronta pra isso como
adolescente. Eu acompanho semanalmente o meio político e isso me desanima
bastante”, justifica.
‘Me sinto pronta’
Diferentemente da atleta, a estudante
do 1º ano do ensino médio
Ana Carolina de Souza Alves, fará 16 anos em novembro e está ansiosa para tirar
o título de eleitor.
"Com certeza me sinto pronta. É
um direito meu votar e mal vejo a hora de exercê-lo! Sempre gostei de estar a
par do que está acontecendo na política do mundo, afinal é o mundo no qual eu
vivo e se eu não estar ciente do que está havendo nele, como eu posso exigir um
mundo melhor? Quero muito me atentar em quem eu vou escolher para me representar
mesmo que, infelizmente, atualmente não estamos sendo bem representados por
aqueles que dizem buscar nosso direito e igualdade”, explica a jovem ao DLNews.