Foi dada a largada e os candidatos vão fazer de tudo para vencer a corrida para alcançar o precioso e cobiçadíssimo voto do eleitor
Nesta disputa insana, são muitas as estratégias para turbinar
a máquina marqueteira na tentativa de garantir o lugar mais alto no pódio das
urnas.
Daqui até o dia 15 de novembro, o eleitor pode preparar seus
delicados e sofridos ouvidos para aguentar a ladainha das promessas, num
interminável "eu vou fazer isso”, "eu vou fazer aquilo outro” e vai por aí
afora. Alguns candidatos, mais agressivos, não hesitam em afirmar que vão
investir tantos milhões de Reais nisto e tantos outros milhões de Reais naquilo
outro.
De fato, tudo o que se pretende fazer, seja em prestação de
serviço ao público, seja em obras, representa dinheiro, muito dinheiro. E é aí
que o eleitor precisa ficar esperto, pois é comum os candidatos mergulharem em
um rio de promessas que, se somadas, representam muitas vezes a capacidade do
orçamento público.
Não bastasse o fato dos cofres municipais historicamente
terem saúde frágil, pois dependem de repasses de outras esferas de governo e sofrem
com a baixa arrecadação local, a situação nos próximos anos vai demandar muita
austeridade, competência e criatividade para administrar recursos, pois a
economia sofreu fortes espasmos em virtude da pandemia do novo Coronavírus e
levará tempo para o País retomar a atividade normal.
Por enquanto, a situação da economia está atolada na vala da
recessão. Um dos mais importantes indicadores do mercado, a avaliação feita
pelo setor financeiro no relatório Focus desta semana, elaborado pelo Banco
Central, traz a projeção de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve
encerrar o ano negativo em 5,04%. É um tombo e tanto!
A palavra de ordem é ter olhos no futuro e manter os pés no
chão. É preciso fomentar o desenvolvimento do município, mas sem aventuras ou
fantasias. Mais do que nunca, propostas que envolvam recursos devem ser muito
bem analisadas pelo eleitor para, depois, a boca não fique com aquele amargo
gosto da decepção.
Greison de Melo é jornalista especializado em noticiário econômico. É
autor do livro São José do Rio Preto – Desenvolvimento & Negócios (Acirp,
já na 3ª edição). Também atua como consultor de empresas em assuntos
regulatórios nas áreas da Anvisa e do Mapa.