A área afetada compreende o Instituto Florestal, a Estação Ecológica e o Instituto de Pesca; chamas tiveram início na tarde de quarta-feira (09) e resistiram até a noite de sábado (12)
O Ministério Público instaurou
inquérito para investigar o incêndio que destruiu 500 hectares (equivalente a
500 campos de futebol) da região da Floresta Estadual do Noroeste Paulista,
localizada na área do antigo Instituto Penal Agrícola (IPA), em Rio Preto. As
chamas iniciaram na tarde da quarta-feira (09) e resistiram até a noite de
sábado (12), com diferentes intensidades.
Segundo o promotor de Justiça,
Sérgio Clementino, o objetivo da investigação é apurar as causas do incêndio e
se os cuidados necessários na área foram devidamente tomados.
"Nós queremos saber não só quem colocou
fogo, mas saber também se os cuidados foram tomados na área e, se foram, por
que não foram eficientes. Além de verificar medidas que, no futuro, possam
evitar novos casos como esse”, explicou.
O promotor informou que notificou
a Unesp (mantenedora da Floresta Estadual), a Prefeitura e os órgãos que
trabalharam no combate das chamas.
"Nós notificamos também a Polícia
Ambiental, Defesa Civil, Bombeiros e os demais que trabalharam para que prestem
informações técnicas para saber o que aconteceu lá para que possamos avaliar os
próximos passos da investigação”.
A Prefeitura de Rio Preto, por meio da assessoria de comunicação, informou que ainda não foi notificada.
Prejuízo
A Secretaria Municipal do Meio
Ambiente informou que o prejuízo causado pelo incêndio que devastou 500
hectares da região da Floresta Estadual do Noroeste Paulista (antigo IPA)
causou um prejuízo de, no mínimo, R$ 1,3 milhão à Prefeitura. Ainda de acordo com
a pasta, as perdas estimadas com reflorestamento foram de 70%. Ao todo, foram
aplicados R$ 1,8 milhão em reflorestamento no local. No total foram perdidas 17
mil mudas em duas áreas de reflorestamento – uma delas na Floresta Estadual e a
outra em área do município às margens da avenida Abelardo Menezes.
Trabalho intenso
Pelo menos 40 pessoas trabalharam
diretamente no combate ao incêndio que atingiu a região da Floresta Estadual do
Noroeste Paulista (antigo IPA), segundo a Prefeitura de Rio Preto. A área
afetada compreende o Instituto Florestal, a Estação Ecológica e o Instituto de
Pesca.
No momento mais intenso do fogo,
às 16h da quarta-feira (9), o trabalho chegou a ser dividido em sete frentes de
combate, que envolveram Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar,
Polícia Ambiental, Semae, secretarias de Serviços Gerais e Meio Ambiente, além
de uma usina da região.
Outras 100 pessoas atuaram no
monitoramento e suporte às ações, entre às quais os agentes da Guarda Civil
Municipal, que orientaram as frentes de trabalho após analisar as imagens
capturadas pela câmera instalada na Estação Ecológica.
Além do capital humano, a ação
contou com o apoio de três caminhões pipa, dois veículos tanque, uma
caminhonete com propulsão de água, seis caminhões do Corpo de Bombeiros, um
avião com capacidade para 2 mil litros de água e o helicóptero Água, da PM.
O incêndio
Favorecido pelos ventos fortes e
pela baixíssima umidade do ar – 10% durante as tardes –, o incêndio florestal
teve início no meio da tarde desta última quarta-feira, dia 9, e alastrou-se
rapidamente. A área total é de 750 hectares.
De acordo com a Defesa Civil, o
longo período de estiagem deixou a vegetação nativa muito seca, o que
potencializou a ação do fogo.
O fogo chegou a ser controlado na
noite de quarta-feira, mas houve reignição durante o rescaldo, na manhã de
quinta-feira, obrigado as equipes a reunir-se novamente em força máxima para
extinguir os novos focos.
A situação está controlada.