Saldo de mortes da grande explosão ocorrida em Beirute nesta terça-feira (4) já chegou a 135 pessoas e mais de 5 mil feridos, segundo a última contagem do Ministério da Saúde do Líbano, divulgada nesta quarta (5).
Há 50 anos no Brasil, o
comerciante Tarek Sarout, representante da comunidade libanesa em Rio Preto,
lamenta a tragédia que assolou o país e o mundo na última terça-feira (4). Uma megaexplosão
na região portuária de Beirute, capital do Líbano, matou ao menos 135 pessoas e
feriu mais de 5 mil, segundo a contagem mais recente divulgada pelo Ministério
da Saúde do país.
"O Líbano passa para uma fase
ruim, de muita necessidade econômica, enfrentou uma guerra civil de 17 anos,
tem excesso de refugiados, tem muito lixo nas ruas, tem a Covid-19, tem a
corrupção do governo e agora essa tragédia lamentável que a gente se pergunta e
não sabe por qual razão isso aconteceu”, diz.
Cerca de 80 mil libaneses e
descendentes deixaram seu país para morar em Rio Preto. Sarout conta que toda a
comunidade está abalada.
"Nos resta pedir orações para
todas as pessoas, de qualquer religião. O povo libanês está cansado. O Líbano
está pagando por todas os pecados do mundo. O Líbano não merece isso”,
desabafa.
Megaexplosão
Cerca de 300 mil pessoas ficaram
desabrigadas após a explosão. A estimativa é do governador de Beirute, Marwan
Abboud. Segundo ele, os danos se estenderam a mais da metade da área da capital
libanesa e são estimados em US$ 3 bilhões (quase R$ 16 bilhões). As buscas
também seguem na água, já que a intensidade da explosão lançou muitas vítimas
ao mar. De acordo com a Cruz Vermelha, muitos dos mortos eram funcionários do
porto e da alfândega de Beirute.
A grande explosão que atingiu na
tarde desta terça a capital libanesa, levantou bolas de fogo e colunas de
fumaça gigantescas e afetou construções a quilômetros de distância. Paredes de
prédios foram destruídas, janelas quebraram, carros foram virados de cabeça
para baixo e destroços bloquearam várias ruas, forçando feridos a caminhar em
meio à fumaça até hospitais. De acordo com o premiê do Líbano, Hassan Diab, o
incidente foi causado por 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio estocadas na
região portuária há seis anos "sem medidas preventivas".
Pior momento da história
A explosão em Beirute ocorre no pior momento da história recente do Líbano. O país atravessa uma crise econômica aguda e uma onda de protestos de rua em meio à pandemia de Covid-19.
O governo libanês decretou um dia de luto em todo o país nesta quarta-feira. O
presidente Michel Aoun disse que determinou uma investigação para revelar as
causas da explosão e punir os responsáveis o mais rapidamente possível.
Aoun também pediu à comunidade internacional que acelere o envio de assistência
para ajudar o Líbano a lidar com a crise humanitária.