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RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A falta de pagamento de salários de atletas e de funcionários deixa o Botafogo em momento complicado nos bastidores. Mesmo após o anúncio do presidente botafoguense, Nelson Mufarrej, na quinta-feira (30), informando que quitou vencimentos do elenco referentes ao mês de maio, a crise segue e pressiona os dirigentes.
O pior dos problemas é com relação aos funcionários, que estão com quatro meses de salários atrasados. A maioria está bastante insatisfeita, e alguns ficaram ainda mais decepcionados com as recentes contratações feitas pelo futebol do Botafogo.
No pronunciamento recente, Mufarrej disse que o pagamento dos funcionários será feito assim que conseguir liberação da verba de direitos de transmissão do Campeonato Carioca. A quantia será utilizada exclusivamente para este propósito.
"Hoje, acertamos mais um mês de salários dos atletas, além de algumas imagens atrasadas, e amanhã [esta sexta (31)] será depositado em juízo uma quantia oriunda de direitos de transmissão, que será utilizada integralmente para abater mais um mês com funcionários, o de abril, com o apoio do Sindeclubes. Essa operação vai levar mais uns dias para ser concluída devido aos trâmites envolvendo tribunal e sindicato", disse Mufarrej em nota.
Com a transformação em clube-empresa, há uma previsão de total tranquilidade com esse assunto. Haverá a separação definitiva de futebol e social. O Botafogo ficará responsável apenas pelos empregados que trabalham no dia a dia do futebol. Já o presidente que concorrerá nas eleições de dezembro será responsável por tudo o que não envolver a modalidade.
O desespero dos bastidores contrasta com o otimismo dos dirigentes e da torcida com o time em campo. Há um consenso que o Botafogo montou um elenco competitivo e capaz de lutar por coisa grande —o time disputará o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil neste segundo semestre.
A principal expectativa foi criada com as contratações de duas estrelas mundiais: Keiseuke Honda e Salomon Kalou. A dupla elevou o nível do Botafogo, que já havia encontrado grandes peças neste início de ano. A joia Luis Henrique estourou e se transformou em uma das principais peças ofensivas do time. Em seu primeiro ano de profissional, Caio Alexandre barrou o experiente Cícero.
Além disso, Bruno Nazário e Pedro Raúl se mostraram contratações certeiras da diretoria, que viu os atletas caírem nas graças da torcida. Somado a isso, ainda teve as chegadas de Rafael Foster e a volta de Victor Luis, que ainda não fez a reestreia. Isso sem contar com os atletas de alto nível que já estavam no elenco, como Gatito Fernandez, Marcelo Benevenuto e Marcinho.
Nesse cenário, o clube chega a mais um amistoso com o Fluminense, o segundo válido pela Taça Gerson e Didi, novamente no Engenhão, desta vez às 19h deste sábado (1º). No primeiro encontro, o Fluminense levou a melhor, vencendo por 1 a 0.
Tal como o Botafogo, o time tricolor também lidou com dificuldades financeiras na temporada, mas irá ao clássico em melhor situação do que o rival, uma vez que a direção do clube quitou, na última terça (28), salários referentes aos meses de maio e junho junto a jogadores e funcionários —é a primeira vez no ano em que o Fluminense tem os vencimentos em dia. Restam ser pagas duas parcelas de direitos de imagem ao elenco.

Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 19h deste sábado (1º)
Transmissão: SporTV

Publicado em Fri, 31 Jul 2020 15:58:00 -0300